Menstruar é uma questão de preferência pessoal, diz o ginecologista, professor emérito da University College, de Londres - instituição responsável por elaborar diretrizes em saúde reprodutiva e planejamento familiar - e consultor da Organização Mundial da Saúde (OMS), John Guillebaud. Segundo ele, especializado em Saúde Reprodutiva, o sangramento mensal não é necessário e sua interrupção tem se tornado o método mais eficaz contra a gravidez, já que é menos sujeito a falhas.
Além disso, quando suspendem a menstruação, as mulheres têm menos dores de cabeça - algo que aflige até mesmo as que usam a pílula convencional, já que há uma semana de pausa -, livram-se de outros sintomas pré-menstruais e têm menos riscos de desenvolver endometriose - quando células do endométrio se espalham por outros locais da pelve, fora da cavidade uterina. Hoje há diferentes métodos para interromper continuamente a menstruação. Algumas mulheres acabam emendando uma cartela de pílula na outra. Outras recorrem ao DIU, implantes subcutâneos ou injeção.
A gerente de marketing Marta Amaral, de 46 anos, sofria com o alto fluxo da menstruação, mesmo não sentindo cólicas nem sintomas da tensão pré-menstrual (TPM). Só quando engravidou e teve de realizar uma bateria de exames é que descobriu que a cada ciclo ela perdia muito ferro. "A menstruação me deixava anêmica e meu ginecologista optou pela injeção contraceptiva", conta ela, que faz uso do método há 12 anos. Com o passar do tempo, o risco de anemia foi afastado e, para a felicidade dela, o fluxo diminuiu, mesmo quando fez uma pausa no uso da medicação.