O MST (Movimentos dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra) em Mato Grosso do Sul irá retomar marchas, passeatas e ocupações a partir de janeiro em protesto à falta de verbas para projetos de assentamentos. A entidade segue no Estado a determinação nacional do Movimento, já que a falta de investimentos é generalizada. Em reunião nesta quarta-feira com o superintendente do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) no estado, os líderes do MST tiveram a confirmação da falta de verbas.Um dos presentes à reunião, Márcio Bissoli, disse que não há assentamento de famílias ligadas ao MST no Estado há três anos. Ele lembra que neste ano foram assentadas somente 40 famílias pelo Incra, de um processo que já vinha de anos passados. A pressão é para tentar forçar o governo a cumprir as metas apontadas. Em 2003 seriam 60 mil famílias, mas o governo não deverá chegar a 15 mil atendidas, comenta Bissoli. A preocupação é que em 2004, ano eleitoral, de novo ocorram problemas para cumprimento de metas. A situação estrutural do Incra também é criticada pelo MST. A burocracia e erros atrapalham a reforma agrária, justificou o líder. Segundo ele, deve ocorrer substituição na procuradoria jurídica do órgão, o que é visto como positivo.Em Mato Grosso do Sul há mais de 15 mil famílias assentadas em 109 áreas. O superintendente anunciou a meta de assentar 22 mil famílias em quatro anos, quantia superior às acampadas, que são cerca de 17 mil famílias.