A paralisação do Paris-Dacar, por causa de uma ameaça de assalto no deserto, fez com que os competidores voassem diretamente para Mali, onde reiniciarão o rali nesta segunda. Dos três veículos que disputam a tradicional prova, as motos ganharam um privilégio no transporte. Neste sábado, pilotos de motos viajaram em aviões de Nema para Bamako, no Mali, e as motocicletas foram transportadas em aviões de carga. Domingo eles deverão seguir rodando até Bobo Dioulasso. Carros, caminhões e veículos de assistência não tiveram a mesma oportunidade, fazendo um deslocamento de quase 1.000 km até a capital do Mali. Apesar dessa diferença, a paralisação do Paris-Dacar está sendo aproveitada por todos. O cancelamento de duas etapas (sábado e domingo) devido ameaças de ataques à caravana da competição no deserto do Mali, mais o dia de descanso em Bobo Dioulasso, na segunda-feira, deram às equipes tempo para fazer a manutenção detalhada nos veículos e também para se recuperarem fisicamente. Dos 411 veículos de competição que largaram em Clermont Ferrand dia 1º de janeiro, apenas 169 ainda continuam na prova, com 76 motos, 55 carros e 38 caminhões. Das 76 motocicletas que completaram o trecho de sexta-feira, apenas 57 fizeram dentro do tempo limite da organização. Os demais pilotos rodaram mais de 20 horas em cima de uma moto. Nos carros a situação foi mais complicada. Dos 55 que cruzaram a linha de chegada em Nema, 38 estavam dentro do tempo. Nos caminhões, apenas 23 concluíram o trecho de 736 quilômetros. Quem chegou a Nema após as 7h30 (5h30 horário Brasília) da manhã deste sábado será penalizado em 21 horas na soma dos tempos. Para tentar evitar um número enorme de abandonos e desistências, a organização resolveu dar uma oportunidade a mais para os retardatários. Quem conseguiu chegar a Nema e quiser continuar no rali terá que chegar em Bobo Dioulasso até às 18 horas de segunda-feira, véspera da primeira largada após o dia de descanso.