Autoridades iranianas afirmaram neste sábado que o número de mortos no terremoto que arrasou na sexta-feira a cidade histórica de Bam, no sudeste do Irã, pode chegar a 40.000, o dobro do total estimado anteriormente pelo Ministério do Interior. Segundo dados divulgados hoje pela agência oficial Irna, já haveria 30.000 mortos confirmados, e o prefeito da cidade de Kerman, capital da província de mesmo nome, Akbar Alavi, disse que pode haver mais 10.000. A estimativa de 40.000 foi mortos foi feita também pelo líder de uma equipe de resgate, Ahmad Najafi. Segundo Najafi, em uma rua da cidade de Bam, 200 corpos foram resgatados hoje em apenas uma hora de trabalho. Em meio à desolação geral, surgiu hoje uma boa notícia: as equipes de resgate conseguiram retirar dos escombros 150 pessoas com vida, informou o policial da Guarda Revolucionária Masoud Amiri. Entre os sobreviventes se encontra um bebê com menos de 12 meses, cujas condições de saúde são estáveis. Enquanto as estimativas sobre os mortos aumentavam, o governo apelava por ajuda internacional, depois que o presidente Mohammad Khatami admitiu que os danos do terremoto são tão extensos que o país não tem condições de enfrentar sozinho a situação. As autoridades levantaram a exigência de visto para as equipes internacionais de socorro enviadas de várias partes do mundo. A ajuda internacional começou a chegar hoje pela manhã ao Irã. Pelo menos 20 países já enviaram equipes de resgate e ajuda humanitária à região afetada pelo terremoto, que alcançou 6,3 graus na escala Richter. No total, mais de 600 socorristas e cerca de 100 membros de equipes médicas deveriam chegar ao Irã neste sábado - 122 da Rússia, entre 100 e 120 da Áustria, 94 da Turquia, 55 da Dinamarca, 50 da África do Sul, 40 da Alemanha, 43 da China, 60 da França, 32 de Portugal, 25 da Grécia e cinco do Japão. A União Européia anunciou hoje que fornecerá US$ 2,85 milhões em ajuda de emergência para o Irã.