Cerca de 80 famílias (200 pessoas) ligadas ao Mast (Movimento dos Agricultores Sem Terra) invadiram na quarta-feira a fazenda São João, em Teodoro Sampaio (672 km a oeste de São Paulo), no Pontal do Paranapanema.A invasão foi confirmada pelo líder do movimento Lino de Macedo.De acordo com o comando da Polícia Militar no município, não foi feito boletim de ocorrência sobre a invasão.A propriedade, segundo Macedo, é alvo de processo de desapropriação pelo governo paulista, que há 15 dias promulgou em Presidente Prudente, também no Pontal, uma lei que regulariza áreas de até 500 hectares consideradas devolutas (suspeitas de terem sido griladas).Segundo Macedo, o proprietário do imóvel, Allan Cerqueira, procurou o movimento para "conversar". "Ele disse que pretende encontrar solução para a situação amigável, sem nenhum tipo de conflito", afirmou o líder do Mast, grupo dissidente do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra).Macedo afirmou ainda que Cerqueira "não tinha interesse de pedir a reintegração de posse do imóvel". O dono da fazenda não foi encontrado ontem pela reportagem para falar sobre o assunto.O coordenador de Assuntos Fundiários da Faesp (Federação da Agricultura do Estado de São Paulo), Almir Soriano, afirmou que a invasão da fazenda São João, no momento em que se discute a regularização de áreas na região com o governo do Estado, é um "grande retrocesso"."Isso [a invasão], em meio às conversações para se resolver o problema, só prejudica e pode significar um grande retrocesso", afirmou. Para Soriano, a ação "vai contra o que o Mast prega"."O Mast, mais do que ninguém, sabe que há uma medida provisória [editada pelo governo do presidente Fernando Henrique Cardos] que paralisa todo o processo de desapropriação da propriedade quando é invadida."