Corpos de duas mulheres foram resgatados na tarde desta terça-feira na Praia do Bananal, em Ilha Grande, no município de Angra dos Reis, de acordo com a Defesa Civil. Os corpos devem ser levados para o Instituto Médico Legal do Rio de Janeiro ainda hoje. Desde a madrugada de sexta-feira (1º), quando fortes chuvas provocaram deslizamentos, 52 morreram na tragédia.
Na Praia do Bananal, foram resgatados 31 corpos. O último havia sido localizado na tarde de domingo. Já no Morro da Carioca, em Angra dos Reis, foram localizados ao todo 21 corpos, quatro deles durante o dia de ontem. Os trabalhos de buscas continuam ocorrendo na Praia do Bananal, em Ilha Grande, e no Morro da Carioca.
Os dois corpos resgatados nesta terça-feira têm as características de duas mulheres desaparecidas. Uma pessoa continua sendo procurada na Praia do Bananal, e outra no Morro da Carioca. De acordo com o Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro, as buscas irão prosseguir até que as possibilidades de encontrar as vítimas se esgotem.
Os bombeiros procuram uma menina de 11 anos no Morro da Carioca, que está desaparecida e pode estar sob os escombros. Duas retroescavadeiras auxiliam o trabalho de resgate no local.
Na segunda-feira, os corpos de três crianças e de um homem idoso foram resgatados no Morro da Carioca. Agora, chega a 21 o número de mortes causadas pelo deslizamento ocorrido no centro de Angra dos Reis.
Reconstrução
Quase 1.000 pessoas desabrigadas ou desalojadas estão em escolas e abrigos da prefeitura, casas de parentes ou amigos. O total de donativos para chega a seis toneladas, segundo informações da prefeitura do município. Desde a tarde de sexta-feira, a quadra do Colégio Estadual Artur Vargas (Ceav) está funcionando como posto de entrega de doações para as famílias afetadas pelos deslizamentos na Praia do Bananal, na Ilha Grande, e no Morro da Carioca, no Centro.
O governo federal anunciou na última segunda-feira que vai liberar o uso do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) para quem sofreu prejuízos materiais com a chuva no município de Angra dos Reis e na Baixada Fluminense, no Rio. A questão foi tratada entre o governador Sérgio Cabral e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A prefeitura de Angra dos Reis estima que os deslizamentos de terra tenham causado um prejuízo de cerca de R$ 250 milhões. O vice-prefeito de Angra dos Reis, Essiomar Gomes, informou que cerca de 80 casas terão de ser desapropriadas no local, porque se encontram em áreas consideradas de alto risco. A prefeitura afirmou que vai pagar o chamado aluguel social para os desabrigados.
Segundo Gomes, há um projeto para a construção de 400 moradias no bairro de Monsoaba, que custarão R$ 12 milhões, no total, e de mais 150 unidades no bairro de Bracuí, no valor de R$ 7,5 milhões.
Madrugada de sexta-feira
A tragédia ocorreu na madrugada de sexta-feira (1º), quando parte da Pousada Sankay e sete casas vizinhas, na Praia do Bananal, foram soterradas por um barranco.
Já no Morro da Carioca, em Angra, pelo menos 20 casas foram atingidas por um deslizamento de terra. Segundo os bombeiros, dez pessoas foram socorridas com vida. Os feridos foram levados para o pronto-socorro da cidade.