Em discurso ontem a noite, na cerimônia de posse do novo diretório nacional do PT, em Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu políticas de aliança para a disputa eleitoral e destacou a força do partido para superar críticas e crises. Ele também defendeu a possibilidade de o PT estar em dois palanques na disputa deste ano. Pela manhã, em Mato Grosso do Sul, onde visitou a fábrica do grupo Votorantim em Três Lagoas, Lula descartou a possibilidade de subir em "palanques duplos" nos Estados onde não há acordo entre o PT e partidos aliados em nível nacional.
"Eu acho que isso pode ser feito em muitos lugares. Em outros, não pode ser feito. A gente precisa descobrir que o PT é grande", disse Lula, lembrando que o partido só cresceu e chegou à Presidência por meio de alianças. "Nós não podíamos mais ser aquele partido dos 30% (dos votos). Precisávamos dos outros 20% que foram a sabedoria da aliança política", disse, para justificar os acordos feitos em várias regiões e que possibilitaram a chegada do partido ao poder.
Lula também citou as crises enfrentadas pelo partido. "Alguns apregoavam que o partido tinha quebrado, mas um partido que tem raízes não acaba porque a elite quer destruí-lo", disse, ao afirmar que o preconceito por setores da sociedade não abalou a lealdade dos militantes. "Quando a gente tem firmeza ideológica, a gente não tem medo de turbulências", afirmou o presidente.
Hoje, na sequencia do Congresso Nacional dos petistas, Lula fará a defesa da candidatura da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), como sua sucessora no Palácio do Planalto, que deverá ser oficializada como candidata em seguida.