Em meio às críticas contra a política ambiental do governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a bater de frente com ecologistas ao defender, na tarde de sábado em Mato Grosso do Sul, o processo de industrialização do Pantanal. Num discurso no Clube Corumbaense de Futebol, em Corumbá, a 435 quilômetros de Campo Grande, Lula chancelou a proposta do governador José Orcírio dos Santos, o Zeca do PT, de instalar pólos de gás, minério e siderurgia no centro de um dos maiores biomas do mundo, habitat de jacarés, araras e tuiuiús. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, não estava presente.Lula frustrou expectativas de entidades ambientais que aguardavam a liberação de recursos para o Programa Pantanal, orçado em US$ 400 milhões. Uma das metas desse projeto é construir sistema de saneamento básico nos 22 municípios da região, que despejam esgoto na bacia do Alto Paraguai. Metade do dinheiro do programa, previsto para ser concluído em oito anos, é financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). O banco vai liberar o dinheiro quando o governo repassar sua parte.O presidente reconheceu, no entanto, que o desenvolvimento social e econômico da região depende da defesa do ecossistema. "Por isso que é importante não ficarmos muito contra aqueles que defendem o meio ambiente", afirmou, dois dias depois da saída do deputado Fernando Gabeira do PT, que criticou decisões do governo nas áreas de biotecnologia e energia nuclear.Em Mato Grosso do Sul, Lula chegou a dizer que costumava pescar no Pantanal, mas deixou esse costume de lado por acreditar que estava causando danos à natureza. Brincadeiras à parte, as excursões de pescas viraram alvo de ambientalistas e órgãos de fiscalização por estarem acabando com os estoques de peixes nos rios e lagos. Lento, o desenvolvimento do setor de ecoturismo ainda não trouxe os lucros que os moradores esperavam. A pesca é a principal, às vezes única, opção de lazer para os turistas nos municípios pantaneiros.Em Corumbá, cidade visitada por Lula, o casario histórico e os vestígios da Guerra do Paraguai, ocorrida no século XIX, estão deteriorados. Faltam serviços de apoio aos turistas e até mesmo placas de informações. A licitação para melhoria das estradas de acesso à cidade foi aberta neste fim de semana pelo presidente. Foi anunciada também a assinatura de um protocolo de intenções para reformar a malha ferroviária ligando Corumbá a Santos, por onde deverá escoar a produção agrícola e industrial. A obra servirá também, segundo Lula, para incrementar o turismo. "Se eu tivesse ganho na loteria, teria investido meu dinheiro aqui para fazer o trem do Pantanal", afirmou. Lula se dispôs, inclusive, a atuar como "garoto-propaganda" da região no exterior. "Se nós quisermos que haja investimento (em turismo), precisamos sair pelo mundo vendendo a beleza e o significado do Pantanal para aqueles que defendem a biodiversidade, a manutenção do ecossistema intocável." Leonêncio Nossa
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