O deputado estadual Pedro Kemp (PT), líder do governo na Assembléia Legislativa de Mato Grosso do Sul, ocupou a tribuna na sessão desta quarta-feira, dia 6 de setembro, para cobrar providências das autoridades de Saúde contra o avanço dos casos de leishmaniose no Estado e defendeu a criação de uma força-tarefa unindo Ministério da Saúde, governos estadual e municipal no combate à doença. Dados do Ministério da Saúde revelam que dos 5,5 mil municípios do País, Campo Grande está entre as 15 cidades com maior número de leishmaniose visceral. Em Mato Grosso do Sul, a doença já matou 150 pessoas e vitimou 1,4 mil cães, que tiveram que ser sacrificados. Kemp pretende encaminhar na próxima sessão legislativa, documento solicitando intensificação das medidas de prevenção e combate à leishmaniose. O parlamentar defendeu ainda a criação de uma campanha massiva nos meios de comunicação como forma de conscientizar a população. “Não podemos ficar a mercê do clima. Nós temos que exigir das autoridades de Saúde providências e não apenas divulgação de dados”, lembrou o deputado. Pedro Kemp questionou também a falta de kits para realização do exame de leishmaniose em cães, problema que vem sendo rotineiro no Estado. “O que nos preocupa é que essa não é uma doença qualquer. Independente de partido, cobramos providências do governo do Estado, do município, da União. O trabalho para conter essa doença precisa unir a todos”, disse. Ontem em visita a Campo Grande, a coordenadora nacional de leishmaniose do Ministério da Saúde, Nilce Elkhoury, admitiu que uma das dificuldades do governo federal tem sido o controle da doença em áreas urbanas, principalmente pela falta de uma vacina liberada pelo Ministério para proteger os cães. Outro ponto que dificulta o trabalho para conter a leishmaniose é a falta de kits que voltou a ser um problema para autoridades de saúde em Mato Grosso do Sul. “Apenas um laboratório do País é autorizado a elaborar o kit rifi, que proporciona maior exatidão no exame da leishmaniose no cão, com a falta do produto ocorre atraso no diagnóstico da doença. Estamos estudando alternativas para resolver o problema, mas quando o assunto é saúde é necessária uma série de avaliações para liberar qualquer tipo de medida”, disse Ana Nilce em entrevista ao Correio do Estado. A Leishmaniose Visceral é também conhecida como Calazar. É uma zoonose que afeta outros animais além do homem, tendo como características febre de longa duração e outras manifestações, e, quando não tratada, evolui para óbito, em 1 ou 2 anos após o aparecimento dos sintomas. A transmissão da doença é feita pelo inseto hematófago flebótomo Lutzomia longipalpis.