O deputado federal João Grandão (PT-MS) está em Cancun no México participando da Conferência Ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC) que começou ontem na condição de observador.A OMC é o órgão de mais alto nível para a definição das regras do comércio internacional e a tarefa principal desta reunião, segundo João Grandão é fazer um balanço das negociações dos acordos programados na Rodada de Doha em 2001 quando os países-membros assumiram o compromisso de chegar, através do consenso, a um pacote único como resultado de todas as negociações em lugar de se negociar os acordos de maneira independente como os de agricultura e serviços.Segundo João Grandão os avanços na área agrícola vão determinar o sucesso da conferência pois se não tiver um acordo nessa área as discussões sobre os demais temas deverão sofrer prejuízos.Os Estados Unidos (EUA) e a União Européia (UE) através de documento oficial da OMC querem excluir das discussões o acesso a mercados, os subsídios às exportações e os apoios internos aos agricultores. Este posicionamento, conforme o parlamentar coloca em risco a liberdade de produção de políticas que apoiem a agricultura familiar, especialmente através do Pronaf que é direcionado aos setores pobres do campo.O chamado G-20, segundo João Grandão pretende Ter um por poder maior para negociar em melhor posição com os gigantes EUA e União Européia e defender melhor os seus interesses.O G-20 é formado com os países agrícolas exportadores e que estão em desenvolvimento como a China, Índia, África do Sul, Argentina e México. O Brasil recentemente fez uma aliança com o G-20 considerado o único que pode fazer frente aos interesses do EUA e EU, já que é neste grupo que estão quase 65% dos agricultores de todo o mundo e uma fração expressiva do comércio agrícola mundial.Grandão disse que poderá Ter reflexos nas negociações para a criação da Área de Livre Comércio das Américas (ALCA) e sobre o acordo do Mercosul e EUA o provável fracasso das pretensões de EUA e EU. “Só o fortalecimento do G-20 e prosseguimento das iniciativas do governo e da sociedade civil para ampliar a participação da agricultura familiar no âmbito internacional”, finalizou o parlamentar que é membro da Comissão de Agricultura da Câmara Federal e tem origem camponesa.
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