Os cerca de mil índios da etnia Guarani que estão ocupando, desde o dia 22 de dezembro, a sede da Fazenda São Jorge, antiga Fazenda Agrolak, no município de Japorã e também a sede da Fazenda Paloma, situada na mesma região, mantiveram, durante a última terça-feira, dia 30 de dezembro, quatro pessoas como reféns, inclusive dois integrantes da imprensa, correspondentes do jornal “Folha de São Paulo”, moradores em Campo Grande, que estavam no local cobrindo a ocupação da área.Segundo a Fundação Nacional do Índio, Funai, os repórteres ficaram por cerca de três horas retidos pelos indígenas na sede da propriedade rural, já as outras duas pessoas, um proprietário de um escritório na cidade de Iguatemi e um sargento da reserva do Exército Brasileiro, que não tiveram os nomes divulgados, permaneceram por mais tempo no local em poder dos silvícolas. Segundo a Funai eles teriam sido retidos pelos indígenas por volta das 8 horas da manhã e só foram liberados por volta das 17h30, após intervenção de funcionários da própria Funai e de policiais federais que estavam acompanhando de perto a movimentação do grupo invasor.A Funai informou que os dois profissionais de imprensa de Campo Grande, retidos pelos silvícolas, teriam adentrado na área ocupada por volta das 13 horas da terça-feira para fazer uma reportagem sobre a ocupação, porém os indígenas acharam que os repórteres queriam entrevistar as duas pessoas que estavam retidas na sede da fazenda e também fizeram a retenção dos profissionais. A Funai informou que os dois repórteres só foram liberados por volta das 16 horas, quando agentes da Polícia Federal e funcionários da Funai conseguiram convencer os silvícolas sobre os verdadeiros motivos da presença dos repórteres no local.