Índios guaranis da Bolívia ocuparam uma estação de controle do gasoduto de Transierra, empresa com participação da Petrobras, e ameaçam fechar uma válvula de passagem, disse o líder da APG (Assembléia do Povo Guarani), Wilson Changaray.O protesto dos guaranis começou no sábado à tarde e afeta a estação de controle Tarenda do gasoduto Yacuiba-Río Grande --situado cerca de 1.050 quilômetros ao sudeste de La Paz.O gasoduto, que serve para a exportação energética boliviana ao Brasil desde 2004, pertence à Transierra, um consórcio com participação da Petrobras, da hispano-argentina Repsol YPF e da francesa Totalfinaelf.Changaray disse que cerca de 250 indígenas da área tomaram o lugar, onde o único funcionário continua trabalhando normalmente.A entrada foi pacífica, "as válvulas e os outros equipamentos não foram tocados", disse o líder da APG, uma organização que agrupa a quase 100.000 habitantes em três departamentos do país.A APG reivindica da Transierra a entrega de US$ 9 milhões prometidos pela companhia petrolífera para executar obras de desenvolvimento social na zona durante os próximos 20 anos, segundo um convênio assinado no ano passado.Changaray insistiu em que a companhia descumpriu esse compromisso e, portanto, agora exige que deposite o dinheiro em uma conta da organização.O dirigente disse que o ministro de Desenvolvimento Rural, Agropecuária e Meio Ambiente, Hugo Salvatierra, prometeu ir à área na segunda-feira, para buscar uma solução ao conflito.Se as autoridades e os executivos da Transierra não atenderem ao pedido, os guaranis ameaçaram fechar a passagem do gás e também bloquear a estrada Yacuiba-Santa Cruz, que liga a Bolívia ao norte da Argentina.A companhia petrolífera informou anteriormente que o Plano de Desenvolvimento Indígena definido com a APG é de administração compartilhada e que, além disso, os recursos serão desembolsados pelas empresas que foram contratadas para a execução das obras