No município de Miranda existem dezenove salas do programa Brasil Alfabetizado Mova-MS Alfabetizado instaladas nas seis aldeias. A população indígena hoje está em torno de seis mil índios da etnia terena.Assim como em Aquidauana, as aulas de alfabetização acontecem em espaços cedidos pela prefeitura. Somente na aldeia Cachoeirinha funcionam 13 salas nas extensões e sede da Escola Municipal Indígena Pólo Coronel Nicolau Horta Barbosa. Cada turma tem, em média, 23 alunos, o que corresponde a cerca de 300 alfabetizandos nessa localidade.Todos os habitantes da aldeia Cachoeirinha usam o aruak, idioma terena, para se comunicar. A maioria das pessoas idosas não fala o português e os professores, tanto do Mova-MS como do ensino regular, ensinam na língua-mãe. A maioria dessas pessoas trabalha em lavouras, como bóias-frias. Por esse motivo, as aulas são realizadas à noite e reúnem muitas vezes famílias inteiras. Mônica de Arruda vai acompanhada do marido, e um incentiva o outro, apesar das dificuldades. Ele trabalha na lavoura e ela tem que cuidar de quatro filhos pequenos. Mônica conta que está gostando das aulas e do professor, mas revela que prefere aprender matemática a português.Já o aluno Francisco Salvador de Arruda, 47 anos, diz que, apesar do trabalho, não sente cansaço e não vê dificuldades. “O que eu quero é aprender”, comenta. Sua esposa também estuda na mesma sala de alfabetização.