A índia guarani kaiwa Olasida Ayala, nascida em 15 de janeiro de 1920, perto de completar 90 anos de idade, morreu hoje no hospital público de Paranhos, vítima de espancamento, segundo policiais que investigam o caso. A idosa, que morava com a família na aldeia Pirajui, habitada por 3,9 mil índios, teria sido agredida pelo genro, que ainda não foi detido. O agressor teria usado um pedaço de pau para atacar a sogra.
Atendentes do hospital de Paranhos, município localizada na fronteira com o Paraguai, disseram que a índia foi levada para lá no domingo pela manhã. Ela conseguiu conversar com os enfermeiros, mas sua saúde piorou e ela morreu por volta das 10h30 de ontem.
Olasida Ayala foi agredida principalmente na barriga e nas costas. Uma hemorragia interna pode ser um dos motivos de sua morte. O corpo dela foi levado para Ponta Porã, cidade vizinha porque em Paranhos não existe IML (Instituto Médico Legal). A partir do exame necroscópico, os policiais disseram que vão investigar o assassinato.
A idosa habitava a mesma aldeia onde morava o índio Genildo Verá, achado morto mês passado num rio que cruza uma fazenda que havia sido ocupada pelos índios poucos dias antes. Verá, que era professor, teria sido morto durante confronto com seguranças da área. O primo dele Rolindo Verá, também professor, está desaparecido desde o dia do confronto.
Nos arredores do município de Paranhos, cidade de 10 mil habitantes, moram perto de 5 mil índios que povoam cinco aldeias.