Dinheiro nas meias, na bolsa, na cueca. Quando muitos pensavam ter visto de tudo no escândalo político que assola Brasília há mais de duas semanas, aparece denúncia de nova fraude. Um dos oito deputados distritais investigados pela Polícia Federal, por meio da Operação Caixa de Pandora, Júnior Brunelli (PSC) é acusado de adulterar até a oração da propina.
De acordo com a Agência Estado, a igreja evangélica Casa da Bênção, de propriedade do apóstolo Doriel de Oliveira, pai de Brunelli, levou à internet a sua versão da oração da propina, divulgada pela imprensa de todo o país.
As imagens, que fazem parte do inquérito da PF, mostram Durval Barbosa, ex-assessor do governador José Roberto Arruda (DEM), e os deputados Brunelli e Leonardo Prudente (DEM) — aquele flagrado enfiando maços de notas de reais nas meias — rezando após distribuição de dinheiro aos parlamentares.
Segundo a agência de notícias, a página oficial da igreja na internet reproduziu a gravação do episódio, mas com uma nova interpretação. "Deus ouviu a oração de Brunelli. Arruda cairá a qualquer momento", diz o texto alterado.
A versão da igreja para a oração apresenta Arruda como adversário dos deputados, além de acrescentar um outro trecho à oração: "Eu quero entregar o Arruda nas tuas mãos, que quero entregar essa equipe ímpia e má nas tuas mãos. Meu Deus, dá um jeito nesta situação, tire estes homens do nosso caminho, Pai", diz a versão levada à internet pela igreja.
Na versão da Casa da Bênção, Brunelli, Prudente e Durval são os três defensores do dinheiro público. Lutariam pela ética, a moral e a honestidade no governo do Distrito Federal.
No entanto, a nova e alterada versão da oração da propina foi retirado do site Casa da Bênção, na manhã desta terça-feira (15/12), após contato do repórter da Agência Estado.