Uma questão tem me intrigado nesses últimos dias. Confesso que relutei se ia ou não escrever sobre o assunto. Não teve jeito. A reflexão recai exatamente sobre o peso ou trava de homônimos no futebol.
Por exemplo, quantos Zicos, você atento leitor, conhece ou tem idéia que deu certo no futebol, além do Galinho de Quitino, o número dez do Flamengo e da Seleção Brasileira?
Quantos Sócrates, além do meio-atacante calcanhar azeitado do Timão de Parque São Jorge? E Casagrandes? Quantos sobressaíram como o ex-atacante do Corinthians, companheiro do Magrão, também da Seleção Canarinho e do futebol italiano?
E, Bebetos, Romários, Robertos Rivelinos, Garrinchas, Pelés, Carecas,Tostãos, dentre outros, conseguiram ultrapassar a faixa do anonimato e chegar ao pódio. Nenhum, até o momento, é claro, pode ser que surjam novos talentos com igual e até melhor desempenho dos citados, só o tempo, o senhor da razão pode mostrar.
Esse pensamento leva-nos a refletir em quantos pais homenagearam famosos através de seus filhos, quem sabe até na esperança destes galgar degraus de sucesso como os ídolos. Ledo engano.
Tenho um amigo vascaíno, coitado, que colocou o nome no seu primogênito de Romário, em homenagem ao baixinho ‘marrento’ descoberto pelo Vasco da Gama do Rio de Janeiro. Esse meu camarada não pestanejou, e ao nascer o garotão no final da década de oitenta, colocou o nome do atacante famoso no guri, também na expectativa de ver o pimpolho brilhar nos gramados.
Tomou um susto danado logo nos primeiros anos de vida; o rebento era mais grosso no futebol do que canela de elefante, teve que se contentar com o homônimo, pois talento para a bola ninguém sabe onde ficou, ainda bem que não herdou do pai, outro ardido dentro das quatro linhas.
Exceto Chicão. Esses chegaram ao estrelado. Um do São Paulo e outro atual no Corinthians, muito pouco. Minoria absoluta.
O lateral esquerdo do Corinthians diz que assina Roberto Carlos por causa de seu pai, que queria homenagear o cantor famoso da jovem guarda. Será que homenagear cantor dá certo. O Adir, ex-atacante do CAD e do Operário de Campo Grande era fã do rock inglês, colocou Kimarrison e Keirrison. Os dois são fracos na viola, mas na bola o segundo é um dos melhores do planeta.
Em Dourados passou um tal Ferrari, esse nome até hoje ostenta preferência entre a coletividade esportiva e geral, apesar de inúmeros bons camisas dez, ninguém ainda fez sobra ao paranaense da região de Apucarana.
O estadual desse ano tem Rincon (Cascavel), Tevez (Águia Negra), Rondinelli (Sete de Setembro), dentre outros.
*Jornalista/radialista