O fim mal resolvido de um casamento virou tragédia em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro. Na noite de quinta-feira, a polícia descobriu o corpo da empresária Mariza Gonçalves Costa da Silva, 36 anos, enterrado atrás da parede do porão do prédio número 206 da Rua Barão do Tinguá, no bairro Caonze. Ela foi morta pelo marido, o administrador de empresas desempregado Reinaldo Dias da Silva, 38 anos, segunda-feira, porque ele não aceitava a separação. Após confessar o crime, Reinaldo teve a prisão decretada pela Justiça e está na 52ª DP (Nova Iguaçu). Segundo a mãe da vítima, Jacira Gonçalves da Costa, 55, o genro, que é síndico do prédio, matou Mariza porque ela descobriu que ele se relacionava com outro homem. “Minha filha soube que o marido era homossexual e decidiu se separar. Isso foi há quatro anos. Ela tentou manter o casamento, mas não agüentou. O Reinaldo nunca aceitou a decisão dela pelo divórcio”, contou Jacira. Durante os quatro dias em que Mariza esteve desaparecida, Reinaldo tentou mostrar preocupação e tristeza. Ajudou a família a procurar a mulher em hospitais e necrotérios do Rio e da Baixada Fluminense, mas caiu em contradição e acabou confessando ao delegado José Januário de Freitas. Ele matou Mariza por estrangulamento dentro de casa, o apartamento 202, após golpeá-la nas costas com um pedaço de madeira. Depois, levou-a para o porão, reabriu o buraco na parede que havia sido feito para uma obra, colocou o corpo e fechou o vão com cimento. A primeira pessoa a sentir falta de Mariza, que havia sido sócia da agência de turismo MSL, foi uma amiga com quem tinha marcado um compromisso importante segunda-feira. Como ela não apareceu, a amiga alertou a família, que, preocupada e já desconfiada de Reinaldo, começou a pressioná-lo. Quarta-feira, o próprio criminoso registrou o sumiço da mulher. Suspeitando de Reinaldo, que se contradisse em depoimentos, o delegado acabou arrancando a confissão. No fim da tarde de quinta-feira, ele informou onde estava o corpo. O cadáver, em adiantado estado de decomposição, foi retirado do porão por bombeiros. Levado para a delegacia de Nova Iguaçu, Reinaldo teve que sair sob escolta para não ser agredido por parentes da vítima e vizinhos revoltados. O delegado Freitas informou que a polícia vai investigar a participação de outras pessoas na ocultação do cadáver. “O crime ocorreu porque ele era apaixonado pela mulher e não aceitava a separação”, disse o advogado do acusado, Fábio Luiz, negando a versão sobre homossexualismo.