O sonho de retomada do poder dos Estados Unidos ficou para a Pequim-2008. Nesta sexta-feira, o time perdeu para a Grécia por 101 a 95 na semifinal do Mundial do Japão, em Saitama no Japão, e vai ter de se contentar em disputar o bronze. Os norte-americanos chegaram a liderar a partida por 33 a 21 no segundo período, mas pecaram no final do primeiro tempo, permitiram a virada dos atuais campeões europeus e perderam o controle das ações em quadra. A Grécia vai enfrentar na decisão, no domingo, o vencedor do duelo entre Argentina e Espanha. O técnico Panagiotis Yannakis, ciente da força do elenco norte-americano, mudou sua equipe e segurou os armadores Theodoros Papaloukas e Vasilis Spanoulis na reserva no primeiro quarto, para ter sempre algum homem de decisão descansado em quadra. A primeira unidade foi liderada pelo armador Dimitris Diamantidis e pelo pivô Lazaros Papadopoulos. E quando saiu do banco, Spanoulis, que jogará no Houston Rockets na próxima temporada da NBA, mostrou seu cartão de visitas para o público norte-americano. Marcou nove pontos no primeiro tempo, manteve o ritmo após o intervalo e saiu de quadra como o destaque, com 22 pontos. De quebra, ainda conciliou a marcação em cima do armador Chris Paul em pressão já na saída de bola. Isso permitiu ao time grego a redução na velocidade da partida, bem ao seu gosto. Controlou o cronômetro e botou o rival no bolso. Na defesa, forçou os norte-americanos a converter seus chutes de três pontos - o que não ocorreu: apenas nove acertos em 28 tentativas, em aproveitamento de 32%. Os Estados Unidos acumulam agora três grandes torneios de decepções. Caíram nas quartas-de-final do Mundial de Indianápolis-2002 e na semifinal das Olimpíadas de Atenas-2004. Os seguidos fracassos levaram a USA Basketball a traçar um plano de três anos, de olho nos próximos Jogos Olímpicos. Elaborou uma relação de 23 atletas, com astros e coadjuvantes, com o intuito de formar um conjunto - em vez de apenas apresentar um time estrelado, mas desmembrado em quadra. Para comandar a tropa, chamou o aclamado técnico Mike Krzyzewski, mestre do basquete universitário no país. Na primeira fase, a equipe penou para derrotar a Itália, mas passou por cima dos outros adversários, assim como nas oitavas-de-final contra a Austrália. Nas quartas, a Alemanha brigou pelos dois primeiros quartos, mas seu plantel reduzido permitiu que os Estados Unidos dominassem a segunda metade do confronto. Mas a Grécia tem um elenco mais vasto.