Campanhas vitoriosas e derrocadas magníficas sempre possuem um marco. Um momento que fez tudo dar certo, que desencadeou uma série de acontecimentos positivos terminando na conquista de um título. Ou aquele instante que fez tudo desmoronar, levando a uma sequência de resultados ruins. Um Gre-Nal em início de temporada, como o deste domingo, logo na quinta rodada do Campeonato Gaúcho, pode ser um ponto que guia o caminho dos clubes em 2010. O confronto em Erechim, às 19h30 (de Brasília), pode se tornar um divisor de águas.
No ano passado foi quase desta maneira. O clássico ocorreu na sexta rodada. A vitória foi do Inter, como nos dois duelos seguintes. Celso Roth não resistiu, podia estar invicto na Libertadores. Não importava, Gre-Nal é Gre-Nal. É considerado um campeonato a parte, perder três seguidos no mesmo ano foi demais. Um jogo entre Inter e Grêmio é um torneio de 90 minutos. A vitória é um título e levantar a taça, mesmo que não exista uma fisicamente, em início de temporada faz bem.
Neste contexto, Silas e Jorge Fossatti precisam ficar atentos. A cautela é o primeiro item a ser seguido na cartilha de um clássico que pode definir o rumo dos próximos meses. Dentro deste tópico, o mistério é um dos subitens e isso os dois aprenderam a fazer.
Silas tem onze homens e dois esquemas no seu Grêmio. Sem muito o que esconder em termos de jogadores que irá colocar em campo, o treinador fará o mistério em torno do esquema a ser utilizado. O pivô de toda a estrutura tática é Mário Fernandes. Se ele atuar como zagueiro, o Grêmio irá no 3-5-2. Caso seja colocado na lateral, a equipe estará no 4-4-2. Uma dúvida que somente após o início da partida será dirimida.
O que está aberto é a fragilidade defensiva do time. São seis gols sofridos em quatro jogos. Número elevado para a disputa do Estadual. Para agravar a situação, cinco dos gols foram sofridos no primeiro tempo. Nas partidas anteriores o Grêmio sempre saiu atrás no placar.
"É complicado isso. O desgaste é maior, mas o Gre-Nal é diferente. Vai ter cautela dos dois lados. Vamos sair na frente e permanecer assim. No clássico correr atrás dificulta ainda mais", afirma o atacante Jonas, autor de quatro gols no torneio estadual.
O ataque tem suprido as deficiências defensivas. São nove gols anotados, garantindo três vitórias e um empate. Mas se a defesa é rápida para tomar, os atacantes demoram a se aquecer. O time foi às redes somente uma vez na primeira etapa.
Na parte vermelha do confronto, a estratégia adotada para o início de ano correu próxima da perfeição. Nas primeiras partidas os aspirantes do Internacional fizeram boa campanha, mantendo o clube nas primeiras posições do Grupo 2. Os principais jogadores apareceram na quarta-feira, diante do Juventude. Na estreia de Jorge Fossati teve goleada por 5 a 0, deixando o elenco confiante para o clássico e, também, escondendo possíveis defeitos da tática do uruguaio.
"O Grêmio tem um pouco mais de ritmo de jogo, porque iniciou o campeonato antes do Inter. Mas tivemos mais tempo para nos preparar, fisicamente estamos mais bem preparados. Não tem vantagem nem para um, nem para outro. Quem estiver mais concentrado sairá vencedor", opina Giuliano.
Se no Grêmio o mistério girará em torno de um defensor, no Inter o esconde-esconde é lá na frente. O treinador pode atuar com um atacante e dois meias, ou dois atacantes e um meia. A vontade era a primeira opção, com Giuliano e D'Alessandro municiando Alecsandro. Porém, o argentino, com uma fissura no rosto, ficará quase dois meses sem poder atuar. Deste modo, a incógnita fica entre Taison, que marcou um gol contra o Juventude, e Andrezinho.
Grêmio e Inter chegam até aqui juntos, com dez pontos, mas percorrendo caminhos diferentes. Os 90 minutos em Erechim irão definir a nova rota de cada um.
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