O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, confirmou nesta quarta-feira que o governo estuda uma nova rodada de redução de impostos para bens de capital e benefícios para atrair investimentos de empresas fabricantes de componentes e microprocessadores para exportação. Explicou, no entanto, que não participou, mais recentemente, de reunião para tratar do assunto e que essas medidas não deverão sair no curto prazo, pois ainda estão em estudo. "O governo entende que a carga tributária está alta, mas que não há condições, neste momento, de fazer uma redução ampla. Entretanto, é possível fazer reduções de tributos que aumentem a competitividade das empresas brasileiras e que possam gerar empregos", afirmou o ministro. Bernardo disse ainda que o governo trabalha com a perspectiva de ampliar o crédito a pessoas físicas e jurídicas que, no Brasil, ainda é considerado muito baixo. Ele considera que é possível elevar, no próximo ano, sua participação dos atuais 35% do Produto Interno Bruto (PIB) para algo em torno de 50% do PIB. O ministro informou que as medidas de estímulo ao crédito são detalhadas pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, a pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo ele, já foram feitas duas reuniões com Lula para tratar dessa questão, e o presidente designou Mantega para dar um formato jurídico a essas medidas. Bernardo informou que as medidas de estímulo envolvem o crédito consignado para micro e pequenas empresas e para habitação. Ele descartou, no entanto, que essas medidas envolvam a concessão de subsídios por parte do Tesouro Nacional . "Nas reuniões de que participei, não se discutiu isso", afirmou. "Sabemos também que não se pode reduzir taxas de juros com uma canetada".