Uma ação desencadeada durante uma semana pelo Governo de Mato Grosso do Sul no Pantanal do Paiaguás, em Corumbá, tirou os ribeirinhos que habitam as margens dos rios Paraguai, Paraguai-Mirim e São Lourenço do mapa dos excluídos e revelou a dura realidade de quem vive isolado e à mercê da própria sorte. A partir deste mês, 130 famílias da extensa região passam a integrar o Programa de Segurança Alimentar.Articulada pela Coordenadoria de Gestão Estadual de Políticas Sociais (Cogeps) e secretaria estadual do Trabalho, Assistência Social e Economia Solidária (Setass), o atendimento aos pantaneiros que vivem abaixo da linha da miséria contou com a participação da delegacia regional do Ministério do Trabalho (DRT), Polícia Militar Ambiental (PMA) e a Administração da Hidrovia do Paraguai (Ahipar), do Ministério dos Transportes, além da Defesa Civil de Corumbá.Junto com o cadastramento e a primeira distribuição de cestas do Programa de Segurança Alimentar, a missão intergovernamental pelo Paiaguás levou mais do que a presença efetiva do governo numa região extremamente carente, um contraste com a beleza da paisagem pantaneira. A parada das embarcações de apoio, uma da PMA e a outra da Ahipar, em cada casebre ou povoado, era motivo de alegria e de esperança de uma vida melhor.Vivendo da venda de iscas vivas ou da pesca, o que mal dá para garantir o arroz, o óleo e o feijão, os ribeirinhos têm famílias numerosas, são, na maioria, analfabetos, e não vislumbram uma condição mais digna porque são dependentes dos atravessadores e do comportamento das águas do Pantanal. Moram em habitações péssimas, em terrenos do fazendeiro ou da União, e mais de 80% das crianças não têm registro de nascimento.A viagem da equipe de servidores do Governo do Estado e de órgãos federais e da prefeitura de Corumbá, iniciada na quarta-feira passada, servirá como parâmetro para programas específicos de atendimento a regiões inóspitas como a do Paiaguás, onde o acesso tornou-se difícil com a inundação permanente ocorrida após a grande enchente de 1974. Sobretudo, nas áreas de educação, saúde, habitação e combate ao trabalho infantil.O atendimento no Paiaguás, localizado ao norte de Corumbá, encerra-se nesta quarta-feira, após a entrega das últimas cestas com alimentos. Foram distribuidos, ainda, 500 cobertores, colchões, calçados, roupas e brinquedos. Até domingo, foi uma grande operação para vencer os piores acessos e não deixar nenhum morador sem o benefício do Programa de Segurança Alimentar. Muitos vivem longe do rio, onde se chega apenas de bote, cavalo ou canoa.Uma lancha da PMA e um empurrador da Ahipar transportaram cerca de 20 pessoas e uma carga com duas toneladas por mais de 250 quilômetros pelo rio Paraguai. De Corumbá, seguiram até um povoado acima da sede do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) no Parque Nacional do Pantanal, já no afluente São Lourenço, que divide os estados de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso.O Ibama será uma base de apoio para futuras ações do Governo do Estado na região. Na sua sede, que tem a função fiscalizadora da reserva e de pesquisa da fauna e flora pantaneira, foram estocadas 125 cestas do Segurança Alimentar para serem distribuídas aos ribeirinhos em julho. A validade dos produtos foi checada e não há riscos de deterioração, como o charque, que é perecível. A entrega mensal das cestas será feita pela embarcação da PMA.
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