O Ministério da Justiça cancelou o visto temporário do jornalista americano William Larry Rohter Junior, correspondente no Brasil do jornal norte-americano New York Times. Rother escreveu uma matéria sobre suposto envolvimento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com bebidas alcoólicas. Com a decisão do governo, após receber a comunicação oficial do cancelamento do visto o jornalista terá oito dias para deixar o país.Opine sobre a decisão do governoNa nota sobre o cancelamento, o ministério classifica a reportagem de "leviana, mentirosa e ofensiva à honra do presidente". A reportagem teve grande repercussão no país e foi criticada inclusive por líderes da oposição. Nesta terça-feira, no entanto, a porta-voz do jornal, Catherine Mathis, defendeu a informação. "Acreditamos que a matéria é correta", disse à agência AFP, sem fazer mais comentários.Também nesta terça-feira, o jornal publicou carta do embaixador brasileiro nos Estados Unidos, Roberto Abdenur, criticando a reportagem. À tarde, o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, afirmou, em Belo Horizonte, que o Brasil foi ofendido pelo New York Times. "Acho que ali há uma grande dose de preconceito que não podemos aceitar", afirmou.Esta noite, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva chamou o texto de "sandice". "Não peça para o presidente responder uma sandice daquela. O autor daquilo, que não me conhece, e que eu não conheço, deve estar hoje mais preocupado do que eu", disse.A íntegra da nota do Ministério da Justiça:"Em face de reportagem leviana, mentirosa e ofensiva à honra do Presidente da República Federativa do Brasil, com grave prejuízo à imagem do país no exterior, publicada na edição de 9 de maio passado do jornal The New York Times, o Ministério da Justiça considera, nos termos do artigo 26 da Lei nº 6.815, inconveniente a presença em território nacional do autor do referido texto. Nessas condições, determinou o cancelamento do visto temporário do sr.William Larry Rohter Junior".Expulsão recebe críticasA decisão do governo foi recebida por críticas. "Essa decisão causará danos à imagem do Brasil", acusou o líder do PFL na Câmara, José Carlos Aleluia (BA). "É pior do que a matéria"."Foi uma atitude muito pesada. Eu acredito que não teve outra igual nos últimos anos, eu não me lembro nem na época da ditadura que o governo tenha expulsado um jornalista", disse o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Roberto Busato.Já a representante da Associação dos Correspondentes Estrangeiros em São Paulo, Verônica Goyzueta, acusou o governo de censura. "É uma atitude que limita a liberdade da gente de trabalhar".A organização Repórteres Sem Fronteiras afirmou à TV Globo que a medida fará o Brasil entrar numa lista de países que não respeitam a liberdade de imprensa.Genoíno nega censuraO presidente do PT, José Genoíno, no entanto, negou que tenha havido censura. "Você não pode aceitar atingir a Presidência da República com repercussão na imagem do país lá fora sem nenhuma comprovação. Nós não estamos ferindo a liberdade de imprensa, estamos respeitando", garantiu.
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