O deputado federal Geraldo Resende (PMDB) usou a tribuna da Câmara, nesta quinta-feira (11), para cobrar ações mais enérgicas e emergenciais de combate à dengue em Dourados. Segundo o parlamentar faltou um planejamento que possibilitasse a elaboração de estratégias de enfrentamento ao mosquito. “Infelizmente, a falta de procedimentos de prevenção tem sido a marca da Prefeitura de Dourados”, afirmou.
De acordo como parlamentar “a dengue é a doença mais previsível que existe”. Para ele, quando a autoridade municipal planeja bem o seu combate e as estratégias de enfrentamento do mosquito, a população não sofre e há menos mortes. “A dengue é doença que traz no seu cerne o desleixo, o desmazelo, a falta de compromisso e a irresponsabilidade de poderes públicos e de muitas pessoas”, salientou.
Citando números publicados pela imprensa, Geraldo afirmou que em Dourados, de janeiro deste ano até agora, houve 823 notificações, dos quais 460 são positivos, 116 negativos e 247 ainda estão sendo examinados. No entanto, o parlamentar ressaltou que as autoridades de saúde trabalham com uma informação que sugere que para cada caso de dengue notificado formalmente, existem de 8 a dez outros que não chegaram ao conhecimento das autoridades públicas. Por isso, relata Geraldo que a epidemia de dengue, no caso de Dourados, pode ser muito maior do que se imagina, o que aumenta ainda mais os riscos a que a população está exposta.
Falando de sua angústia com essa situação, o deputado relatou que os hospitais, prontos socorros e outras unidades de saúde douradense estão com seus leitos superlotados com vítimas da doença. “Além do sofrimento físico, dos riscos de complicações e consequentemente, de morte, não podemos nos esquecer dos prejuízos enormes não apenas nos gastos da saúde pública com consultas, exames, medicamentos e internações, mas também com o fato de que as pessoas perdem vários dias de trabalho, desfalcando as empresas e diminuindo a produção”.
O parlamentar avaliou que a situação da dengue reflete o quadro geral da saúde pública em Dourados, “onde, apesar de todos os nossos esforços e dos recursos que para lá carreamos por meio de nossa atuação nessa Casa a o poder público municipal não conseguiu ainda superar as graves deficiências do setor”.
Para o deputado, a falta de um norte da atual administração é que tem contribuído para os matagais proliferarem em todos os cantos da cidade, inclusive em logradouros públicos, como praças, calçadas, além de terrenos baldios e casas abandonadas, locais onde ficam jogados pneus, sacos plásticos, garrafas, e outros materiais que funcionam como depósito de água parada. “Apesar de todo o quadro alarmante, não vimos nenhuma iniciativa do poder público municipal, nenhuma atitude mais enérgica, que demonstre vontade de mudar o quadro”, lamentou.