O vereador Nelso Gabiatti (PMDB) sugeriu durante a sessão de ontem à noite que a Prefeitura de Dourados compre a produção dos vendedores ambulantes, mande pausteurizar e posteriormente distribua os produtos às creches, Lar do Idoso e outras instituições, ou até mesmo para as pessoas carentes do município, devidamente cadastradas na Promoção Social. O leite também pode ser consumido nos próprios órgãos públicos. A medida, segundo Gabiatti seria necessária para garantir nestes 90 dias de prazo estipulado para a construção da usina de resfriamento, renda a cerca de 150 leiteiros que dependem exclusivamente da venda do produto. O vereador lamenta que Dourados ainda não tenha um programa de incentivo aos pequenos produtores de leite para que eles possam trabalhar na legalidade. “Acontecimentos desagradáveis chocaram a população de Dourados, que reagiu indignada a prisão de um vendedor de leite in natura, preso, quando defendia o pão de cada dia para a sua família. Mas, felizmente, o leiteiro foi colocado em liberdade no mesmo dia, porém jamais vai esquecer a humilhação que passou por ter sido colocado na mesma condição de um bandido. Tudo isso seria evitado, se nesta altura, Dourados já tivesse uma usina de resfriamento de leite, dentro de um programa que envolvesse não só os produtores e ambulantes, como também a Prefeitura, através do setor de agricultura e pecuária”, disse.O vereador lembra que municípios bem menores saíram na frente de Dourados e estão livres destes problemas. Dois exemplos são; Fátima do Sul e Itaporã. “Não adianta agora, querer crucificar somente o leiteiro, que é a parte mais frágil deste contexto. Também não adianta querer ficar aqui procurando culpados. O mais importante é agir, sair do gabinete e lutar para acelerar as obras da usina leiteira. Pelo que se informou na imprensa os recursos já estão garantidos e o início das obras é apenas uma questão de tempo. Infelizmente não resta outra saída a estes trabalhadores, a não ser aguardar o término desta obra, temos que buscar alternativas”, afirmou em discurso. Gabiatti se mostra preocupado com a falta de renda familiar para que os leiteiros possam se garantir neste período, o que poderia gerar problemas sociais. “O maior problema é o período de noventa dias, previsto para a conclusão das obras, já que os leiteiros não têm como pagar pela pasteurização do produto até a construção ficar pronta, algumas perguntas ficam no ar. Durante este período quem é que vai sustentar as famílias destas pessoas que dependem desta renda para sobreviver?. Aqueles que vendiam leite apenas como complemento da renda, tudo bem, terão prejuízo, mais nem por isso faltará o pão em sua mesa. mas e aqueles que dependem diretamente da venda deste produto que era feita de porta em porta. Como ficam os seus filhos?. E agora... Essas famílias precisam comer nestes noventa dias, vestir, calçar, estudar e uma série de outras despesas domésticas”, lembrou.