Promover o aleitamento materno exclusivo nos seis primeiros meses de vida e a introdução adequada de outros alimentos, com a permanência do aleitamento materno até os dois anos de vida da criança indígena. Esse é o objetivo da oficina pedagógica para a elaboração de material educativo em aleitamento materno e introdução de outros alimentos nos idiomas indígenas Terena e Kadiwéu, que a Coordenação Regional da Funasa de MS (Core-MS), realiza em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde.Entre os dias 1º e 7 de agosto foi comemorada a Semana Mundial de Aleitamento Materno, que esse ano teve como tema “Amamentação: garantir esse direito é responsabilidade de todos”. Na ocasião, a Funasa de MS foi homenageada pela iniciativa, durante evento de comemoração na governadoria. A Core-MS foi representada pela nutricionista do Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei), Juliane Almeida Viveros.De acordo com a nutricionista, “a oficina tem como meta desenvolver a elaboração de folder informativo e de divulgação, além de implementar dentro da política de saúde indígena, ações de valorização do aleitamento materno e da cultura da amamentação”, revela.Por meio da oficina será possível identificar os conhecimentos tradicionais indígenas que envolvem a prática do aleitamento materno, hábitos alimentares das mães durante a amamentação e a forma de introdução dos alimentos às crianças. Os participantes vão colaborar ainda, na elaboração do material educativo, com textos ou frases consideradas importantes na língua materna, e com desenhos para facilitar a compreensão da comunidade. Depois de confeccionado, os folders e cartazes serão distribuídos em escolas, postos de saúde e aos agentes indígenas de saúde (AIS) para auxiliar nas atividades educativas.A oficina é voltada para AIS, professores indígenas, mulheres da comunidade onde a oficina for realizada e para equipes multidisciplinares de saúde indígena. Entre os dias 09 e 12 de agosto a oficina será realizada em Bodoquena para a elaboração do material na língua kadiwéu. E entre os dias 12 e 15 de setembro, será realizada em Aquidauana, onde será elaborado o material na língua terena.O Programa de Vigilância Nutricional do Dsei acompanha, mensalmente, crianças indígenas menores de cinco anos e classifica o padrão alimentar dos menores de dois anos, por meio de visitas domiciliares realizadas pelos agentes indígenas de saúde. Dados do Dsei, de junho deste ano, mostram que 857 crianças indígenas de até seis meses, estão em aleitamento materno exclusivo no Estado, o que representa 91% das crianças dessa faixa etária.“Durante as visitas nas aldeias, os agentes indígenas de saúde explicam sobre a importância do aleitamento materno e incentivam a prática”, afirma Juliane. Dentre os principais benefícios do aleitamento materno, a nutricionista destaca a proteção contra doenças infantis e o auxílio no crescimento da criança.