O administrador da Funai (Fundação Nacional do Índio) em Amambai, Wilian Rodrigues, pediu ajuda de técnicos de Brasília para negociar uma solução para conflito com índios em Japorã, no Sul do Estado.De acordo com o chefe de patrimônio da fundação, Cleomar Vaz Machado, o indigenista Cláudio Romero, que já atuou em conflitos anteriores na região, deve chegar a Amambai amanhã.Cerca de três mil indígenas invadiram quatro fazendas na região nos últimos dias e expulsaram funcionários das terras. Outras cinco propriedades também podem ser invadidas. O problema começou no dia 20 do mês passado. As tribos dizem que a área lhes pertence e afirmam que foram expulsas dali para uma reserva demarcada atualmente.Agora, um dos pedidos dos índios é que a Funai envie comida para eles, principalmente para as crianças que estão nas fazendas invadidas, o que deve ser tratado por Romero.A Funai também deve negociar com índios e fazendeiros a retirada do gado da fazenda São Jorge e a pulverização da lavoura de soja na fazenda Paloma, duas das áreas invadidas.Líderes dos índios disseram à Agência Folha que confiam no indigenista Cláudio Romero, considerando sua atuação em outras oportunidades.Rodrigues, o administrador local da Funai, disse que prefere não ir às fazendas invadidas porque teme ser feito refém pelos índios. Essa seria, segundo ele, uma forma encontrada pelas lideranças indígenas de pressionar o governo federal para a nova demarcação da área.Segundo o administrador, os funcionários da Funai evitam ir à propriedade pois, legalmente, ela é uma área invadida, embora os guaranis e caiuás a chamem de terra indígena. A Funai informou que o antropólogo Fábio Mura ainda não terminou a identificação da área reclamada pelos índios, primeiro passo para declarar fazendas como terra indígena.