A quadrilha que fraudava licitações de alimentos no Amazonas pode ter agido também em São Paulo e em Rondônia. Na sexta-feira, quando o esquema foi desmantelado pela Operação Saúva, a versão oficial era de que o grupo agia apenas no Amazonas. Foram criadas cerca de 30 empresas beneficiadas em processos licitatórios. Dessas, 19 movimentaram cerca de R$ 354 milhões nos últimos seis anos, mas declararam à Receita Federal apenas R$ 27,7 milhões referentes ao mesmo período. "Os depoimentos revelaram que existe essa possibilidade de ação em outros Estados, mas ainda não há provas concretas", informou Eva Miranda, da assessoria de comunicação da Polícia Federal. Ainda segundo ela, nesta terça-feira a Polícia Federal concluirá os interrogatórios da empresária Claudomira Pinto Cavalcante e do empresário apontado como "a formiga rainha" do esquema criminoso, Cristiano da Silva Cordeiro. Eles estão entre as 30 pessoas detidas na sexta-feira, cujo prazo da prisão temporária que dura cinco dias - vence hoje. Os outros dois acusados se entregaram à Polícia Federal no fim de semana, completando a execução dos 32 mandados de prisão expedidos pela Justiça Federal. No sábado, foi a vez do empresário José Maurício Gomes de Lima, que estava foragido; no domingo, do capitão do Exército Ilídio José Quintas Fernandes, que passava férias na França.