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Fiel acusa padre de revelar confissão e seduzir namorada

13 dezembro 2009 - 08h18

Uma polêmica envolvendo fé, poder e traição quebrou a habitual tranquilidade da comunidade de Pedra de Guaratiba, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Um fiel da Paróquia de São Pedro Apóstolo — principal templo católico do bairro — apresentou denúncia à Arquidiocese do Rio de Janeiro contra o padre Marcus Vinicius Antunes Trindade, 39 anos, por quebra do sigilo no sacramento da confissão. O pároco também é acusado de seduzir uma fiel. O caso está sendo investigado pelo Tribunal Eclesiástico Interdiocesano do Rio de Janeiro e gerou registro policial na 43ª DP (Pedra de Guaratiba).

Católico fervoroso, o professor Frank Omenuko Omenka, 55 anos, conta que sempre incentivou a namorada, Beatriz Silva de Araújo, 26 anos, a frequentar a igreja. “Namoramos durante seis anos. Eu sempre insistia para que ela fosse à missa. Insisti para que a Bia fizesse primeira comunhão, crisma. Ela ia à igreja, mas criticava o padre. Dizia que ele era um safado. Eu sempre a repreendia, afinal os padres são homens de Deus”, conta Frank, que nasceu na Nigéria e mora em Pedra de Guaratiba há sete anos. “Eu era amigo do padre Marcus, tocava gaita na igreja”, lembra.

Frank diz que começou a desconfiar que havia algo errado quando a namorada parou de ofender o padre e passou a se confessar com mais frequência. “Ela começou a visitar a igreja sempre. Dizia que ia se confessar e ficava mais de uma hora com o padre. Senti algo diferente. O padre me enviou vários e-mails pedindo o telefone e o MSN (programa utilizado para bate-papo) da Bia”.

Frank diz ter confirmado suas suspeitas em 29 de abril deste ano. “A Bia me pediu o carro emprestado para ir à casa da avó. Mas quando passei em frente à igreja o carro estava lá. Fui até a casa paroquial e as portas estavam trancadas. Comecei a bater, até que o padre abriu. Ele estava sozinho com a Beatriz”.

Em carta dirigida a Frank, Beatriz confirmou que havia se envolvido com o padre. A estudante afirmou ainda que o pároco revelava segredos de confissão do professor. “Ela me perguntou se padre podia contar segredos de confissão. Depois me disse que o padre Marcus contava minhas confissões. Isso me revoltou muito, abalou minha fé”, indigna-se Frank, que elaborou um dossiê contra o padre e o denunciou à Arquidiocese.

Apesar de negar ter mantido relações sexuais com o padre Marcus, Beatriz confirma o envolvimento afetivo com o sacerdote: “Eu estava um pouco decepcionada com o Frank. O padre Marcus ficava me atiçando. Contava segredos de confissão do Frank e depois me perguntava por que eu ainda estava com ele. Com o tempo, ele começou a se mostrar carinhoso. Segurava na minha mão, me pedia abraços e beijos”.

Beatriz revela que no dia em que Frank a encontrou trancada com o padre na casa paroquial as ‘coisas ficaram quentes’. “Sabe como é, ele é padre, mas é homem, e eu, mulher. Quando ele pegou na minha mão, as coisas esquentaram. Talvez, se o Frank não tivesse chegado, nós teríamos feito sexo”, disse.

Procurado, padre Marcus negou as denúncias. Ele classifica o caso como ‘conspiração motivada por ciúme doentio’. “Nada disso tem fundamento. É uma conspiração motivada por ciúme. O tribunal canônico está apurando tudo. Estou nesta paróquia há 12 anos e nunca tive qualquer problema”.

Segundo o padre, Frank interpretou mal os fatos. “O Frank chegou um dia aqui e achou que estava acontecendo algo, mas isso não procede. A namorada dele estava se confessando. Outros paroquianos estavam na igreja e viram. Nunca revelei segredos de confissão de qualquer fiel. O Frank levantou suspeitas sem provas, agora as coisas estão se voltando contra ele”, diz o padre, que registrou ocorrência na 43ª DP (Guaratiba) por difamação e move uma ação cível por danos morais contra Frank. “A paróquia quer que eu dê uma resposta. Mas estou aguardando a posição da diocese para falar”, concluiu o padre.

A Arquidiocese do Rio de Janeiro informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que as denúncias não procedem. Segundo a Mitra, o caso está sendo investigado pelo Tribunal Eclesiástico. A arquidiocese informou ainda que o padre Marcus já tomou as devidas providências judiciais em relação ao caso.


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