A concessão de férias coletivas de pelo menos cinco frigoríficos (grandes e médios) de Mato Grosso do Sul nesse início de dezembro está provocando estranheza do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Alimentação e Afins de Campo Grande. O presidente da entidade, Rinaldo de Souza Salomão faz o alerta e pede às autoridades (Ministério Público do Trabalho e Governo) para que investiguem a possível existência de alguma "trama" para prejudicar os empregados e/ou forçar uma alta de preço ao consumidor.
Rinaldo Salomão explicou que no mesmo período do ano passado grandes frigoríficos do Estado chegavam a abater até 1.500 cabeças de gado por dia e entre os de médio e pequeno porte a média de abates/dia era de 500 a 700 cabeças. Ele lembra ainda que 2009 é um ano atípico, ou seja, diferente de 2008, não teve período de entresafra em função das constantes chuvas.
"Os pastos nunca estiveram tão verdes e vigorosos", comenta o sindicalista sobre o atual período em que há abundância de pasto e os pecuaristas não estão fazendo ofertas de gado para abate com relativa abundância. Rinaldo teme que as férias coletivas sejam um meio dos frigoríficos frearem os abates para auferirem maiores lucros até a virada do ano.
O sindicalista informou também que a preocupação com essas estranhas férias coletivas partiu primeiramente dos próprios funcionários que estão saindo de férias ou na iminência de suspenderem os trabalhos este ano. "Se existe alguma manobra, ou não, cabe às autoridades e ao Ministério Público investigarem", comentou o sindicalista que faz questão de esclarecer que: "apenas estou levantando a lebre".