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Falta de professor no ensino médio público pode afetar todo país

04 março 2005 - 17h05

A falta de professores no ensino médio público, hoje restrita a algumas regiões, como o Nordeste, poderá se generalizar nos próximos anos em todo o país se não forem adotadas ações emergenciais para incentivar a entrada de novos profissionais no mercado de trabalho, principalmente nas áreas de ciências e exatas.A avaliação é de gestores estaduais e ligados ao Ministério da Educação, que preparam um plano emergencial para enfrentar as carências de professores no ensino médio. Com base em várias pesquisas realizadas desde 2003 por diferentes entidades, o grupo detectou descompasso entre a saída de docentes da rede pública, o baixo índice de jovens que entram na carreira e o crescente número de alunos no ensino médio.Traduzindo em números, isso representa um aumento de 61,4% nas matrículas do ensino médio nos últimos oito anos, segundo dados do Censo Escolar. Um déficit de 235 mil professores no ensino médio e outros 476 mil de quarta a oitava séries, de acordo com levantamento do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), de 2003.E 55% de docentes na faixa etária dos 40 aos 60 anos, mais próximos da aposentadoria, entre 4.656 profissionais pesquisados em dez Estados pela CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação). Essa pesquisa aponta como causas para o baixo interesse na profissão salários defasados na rede pública (média de R$ 500 a R$ 700 por 20 horas semanais), violência nas escolas e superlotação das salas.O reflexo já é sentido na ponta. Disciplinas do ensino médio sendo ministradas por alunos dos últimos anos de graduação ou em sistema de rodízio, jovens sem vagas em escolas próximas de casa e até falta de aula por inexistência de docentes. Governadores do Nordeste vêm alertando desde 2004 para o que chamam de "apagão" do ensino médio.Para reverter a situação, uma das propostas em debate no Ministério da Educação é promover uma "chamada nacional de professores". Consiste em convocar profissionais para atuar em caráter excepcional e por tempo determinado como docentes das áreas de matemática, física, química e biologia, as mais carentes. Seria feita em parceria com universidades públicas e Estados.Para a secretária da Educação do Pará, Rosa Cunha, que também é vice-presidente do Consed (Conselho Nacional de Secretários de Educação), esse tipo de ação já é adotado por alguns Estados, mas não resolve o problema. "Não adianta chamar o que não existe. Precisamos é de mais recursos para investir no ensino médio", diz Cunha.A presidente da CNTE, Juçara Dutra Vieira, sugere que o MEC estipule metas para canalizar os recursos a áreas mais necessitadas. "Não houve uma política nacional preocupada com o ensino médio. Hoje, a escola pública não sabe se forma o jovem para o mercado de trabalho ou para continuar os estudos no ensino superior", afirma Vieira.Segundo Ronaldo Teixeira da Silva, chefe-de-gabinete do ministro Tarso Genro, parte dos R$ 470 milhões anunciados pelo governo federal para ajudar os Estados do Nordeste e o Pará no ensino médio neste ano será usada na formação de professores. Em cerca de 20 dias, o MEC deve apresentar o Plano Nacional da Qualidade da Educação Básica, que terá entre as ações a serem adotadas algumas para suprir a carência de professores.

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