A suspensão do programa FAT-linha branca --que financiava a compra de eletrodomésticos com recursos do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador)-- não foi bem recebida pelos fabricantes do setor. Mesmo sem ter decolado, o programa é considerado importante pela Eletros (Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos), que pediu hoje a prorrogação do FAT-linha branca por meio de carta enviada aos ministros do Trabalho, Jaques Wagner, e da Fazenda, Antonio Palocci.Segundo o presidente da Eletros, Paulo Saab, o FAT-linha branca é instrumento de estímulo à compra de eletroeletrônicos em condições mais acessíveis para as classes de menor poder aquisitivo. O FAT-linha branca financiava a compra de eletrodomésticos com valores de R$ 100 a R$ 900 pelo prazo máximo de 36 meses, a uma taxa de juro mensal de 2,53%.Mesmo sem ter esgotado os recursos do programa, o governo decidiu acabar com a linha de crédito para compra de eletrodomésticos das chamadas linhas branca (geladeira, lavadora de roupa, fogão) e marrom (televisor) com recursos do FAT.Menos de 10% dos R$ 100 milhões do FAT direcionados para a operação do programa do BB foram utilizados. O prazo de funcionamento do programa FAT-linha branca --criado em setembro de 2003-- se encerrou em 31 de dezembro. O programa poderia ser prorrogado, mas o governo optou por não estender o programa por mais tempo.Mais divulgaçãoSegundo Saab, o BB e a Caixa Econômica Federal --as duas instituições que foram autorizadas a operar o programa-- deveriam ter intensificado as ações de marketing para divulgação da linha de crédito para compra de eletrodomésticos."Na nossa avaliação, a demanda por essa linha poderia ser bem maior, se a população tivesse mais informações sobre o financiamento e suas condições", disse.O presidente da Eletros afirmou que a retomada das vendas do setor nos últimos dois últimos meses de 2003 foi puxada pelo crédito e não pela recuperação do emprego ou da renda.