Testemunhas de acusação serão ouvidas esta tarde no Fórum de Paranaíba, em processo-crime movido pelo Ministério Público Estadual contra o ex-prefeito da cidade Diogo Robalinho de Queiroz, o Diogo Tita (PMDB). Oriundo de ação popular movida e ganha na Justiça estadual pela então bancada dos vereadores petistas da Câmara da cidade, o processo refere-se a uma conta, acusada de irregular, que era mantida por Tita quando prefeito nos anos de 2001 e 2002, no Banco do Interior (instituição que atuava no interior paulista e que tinha agência em Paranaíba foi fechada por intervenção do Banco Central). Pleiteando nestas eleições uma cadeira na Assembléia Legislativa, o ex-prefeito, caso venha a ser condenado, pode ter, entre outras punições, sua candidatura cassada. “A ação popular dos vereadores foi ganha na Justiça estadual e hoje está com recurso do prefeito no STJ (Superior Tribunal de Justiça)”, explica o advogado Hamilton Alves Nunes, que acompanha o caso. “O processo-crime movido pelo MP tem implicâncias severas, inclusive na cassação da candidatura do ex-prefeito”, acrescentou. Conforme o advogado, através da conta, reconhecida como irregular pelo Tribunal de Contas do Estado, o então prefeito dava cheques “pré-datados e inclusive usava o limite de cheque especial, o que configura em empréstimo sem autorização da Câmara dosVereadores, o que é proibido”. Além disso, prossegue, “havia na conta R$ 185 mil, em valores da época, do Fundo de Saúde do Município, que foram perdidos quando o Banco do Interior fechou suas agências”. Na audiência hoje, no Fórum de Paranaíba, serão ouvidos os ex-vereadores que na época moveram a ação popular contra o então prefeito referente a conta bancária irregular: Drauzio Zana, Alcita Ferraz e também o atual vereador e presidente da Câmara, Marcos Gomes (todos do PT). Está citado também para ser ouvido hoje na audiência, o advogado José Riskalahh, no rol de testemunhas de defesa. Um cheque emitido para o advogado foi encontrado na quebra de sigilo bancário da conta, durante a ação popular. Diogo Tita, em depoimento à Justiça, conforme Termo de Interrogatório dos Autos nº 018.05.00163.0, confirmou ter contratado o advogado alegando não lembrar se houve licitação para isto e que precisava de um advogado de confiança “...que para contratar advogado ruim tinha na própria prefeitura”, conforme consta nos referidos autos.