O ex-governador do Rio de Janeiro Marcello Alencar, seu filho e ex-secretário estadual de Fazenda, Marco Aurélio Alencar, e grandes nomes do mercado publicitário nacional foram denunciados, sexta-feira, por corrupção passiva pelo Ministério Público (MP) e peculato (crime cometido por funcionário público). Ao todo, 17 pessoas são acusadas de envolvimento com esquema que teria desviado mais de R$ 8 milhões dos cofres públicos do Rio de Janeiro, através de contratos de propaganda. Entre elas, os publicitários Duda Mendonça e Roberto Medina. » Leia mais notícias do jornal O Dia O dinheiro desviado seria utilizado para custear despesas de publicidade da campanha de Marcello à reeleição, em 1998. Encaminhado para a 23ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio, o caso será analisado pela juíza Luciana Losada Aleixo Lustosa, que pode aceitar ou não a denúncia do MP. Descoberto em fevereiro de 1999, o esquema começou a ser divulgado com exclusividade por O Dia na época. O jornal teve acesso a documentos que mostravam que a empresa A2CM, de Duda, chegava a receber até 50% do que era pago às outras sete agências de publicidade que cuidavam das "contas" do governo do Estado. Duda, que também fez a campanha que elegeu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2002, havia sido contratado pelo PSDB, partido de Marcello, para cuidar da publicidade da candidatura do então governador. As denúncias mobilizaram os deputados do Rio, que decidiram instaurar Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembléia Legislativa. A CPI confirmou a veracidade das denúncias e relatório final foi encaminhado para o MP. Nele, os deputados pediram o indiciamento dos envolvidos e também que fossem obrigados a devolver o dinheiro aos cofres públicos. Procurados por O Dia, o ex-governador e seu filho não retornaram as ligações. A direção do PSDB também não quis comentar o caso. Duda Mendonça também não se pronunciou. A Artplan, de Roberto Medina, informou que não foi notificada oficialmente e não sabe do que se trata a denúncia. A Contemporânea, da qual eram diretores Armando Strozemberg e José Antônio Calazans Rodrigues, foi procurada, mas a diretora de contas da empresa, que não se identificou, informou que a empresa não ia se pronunciar por desconhecer a acusação.