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EUA tentam acordo para pôr fim à crise em Honduras

06 janeiro 2010 - 15h23

A três semanas da posse do novo presidente de Honduras, Porfírio “Pepe” Lobo, ainda persiste o impasse político no país vizinho. Em busca de um acordo entre o presidente deposto, Manuel Zelaya, e o presidente de fato, Roberto Micheletti, o subsecretário adjunto para o Hemisfério Ocidental dos Estados Unidos, Craig Kelly, está em Tegucigalpa (capital hondurenha). O objetivo é tentar evitar que a crise se estenda até o futuro governo de “Pepe” Lobo.

Ainda hoje (6) Kelly tem reuniões com Micheletti em busca de uma solução para encerrar a crise. Ontem (5) o norte-americano esteve com Zelaya. É a quinta visita do subsecretário a Honduras desde o golpe de Estado ocorrido em junho do ano passado.

Em novembro de 2009, o governo dos Estados Unidos intermediou o Tegucigalpa-San José. Por meio desse acordo, Zelaya retornaria ao poder e Micheletti deixaria o cargo até o dia 27 de janeiro, quando “Pepe” Lobo assume a Presidência da República.

No entanto, em dezembro o Congresso Nacional de Honduras rejeitou o retorno do presidente deposto ao poder. A derrota foi expressiva: apenas 14 deputados foram favoráveis ao retorno de Zelaya ao governo e 111 parlamentares votaram contra a volta dele.

Desde o golpe de Estado que o retirou do poder em 28 de junho de 2009, Zelaya é substituído por Micheletti, cujo governo não é reconhecido pelas autoridades brasileiras. A auxiliares, o presidente deposto demonstra desânimo na possibilidade de um acordo.

Para Zelaya, Roberto Micheletti não tem interesse em deixar o cargo e ficará na Presidência até a posse do presidente eleito. Há quase quatro meses o presidente deposto está instalado na Embaixada do Brasil em Tegucigalpa.

Da embaixada brasileira, Zelaya, acompanhado por assessores, cumpre suas atividades políticas que são policiadas do lado externo por um forte esquema armado montado pelo governo de Honduras. O presidente deposto e sua mulher não podem deixar a representação diplomática sob o risco de serem presos.

Paralelamente, o Brasil e vários países da América Latina, como a Argentina, o Paraguai, a Venezuela e a Nicarágua, resistem em reconhecer a legitimidade das eleições que deram a vitória a “Pepe” Lobo. Em posição oposta estão os Estados Unidos, o Peru, o Panamá e a Costa Rica, que defendem a legalidade das eleições em Honduras e o reconhecimento do futuro presidente como resultado de um processo democrático.

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