Estudo publicado pelo departamento de saúde pública britânico nesta quinta-feira na internet demonstra que a gripe suína --como é chamada a gripe A (H1N1)-- é "menos letal" do que se imaginava. O levantamento estima que, a cada 100 mil pessoas infectadas no Reino Unido, só 26 tiveram complicações que as levaram à morte.
Londres chegou a advertir que com a chegada do inverno o número de contágios semanais poderia ser de 100 mil, o que gerou controvérsia a partir de alguns setores, que acusam ao governo de estender o alarme inutilmente e chamam a atenção sobre o grande negócio que fizeram as farmacêuticas. Na semana passada, foram registrados só 11 mil novos casos, muito longe dos prognósticos.
No estudo publicado hoje, porém, os cientistas britânicos recuam e afirmam que a pandemia de gripe suína é cem vezes menos letal do que a da gripe espanhola, em 1918, e quase dez vezes menos letal que as pandemias de gripe de 1957 e de 1968. "A primeira pandemia de gripe do século 21 é consideravelmente menos letal do que se temeu em um princípio", disse Liam Donaldson, assessor do governo para assuntos médicos.
O estudo, publicado no site do "British Medical Journal", concluiu, por meio de observação de pacientes internados entre julho e novembro passados, que a taxa de mortes pela doença é de 0,026%, segundo a análise dos dados oficiais requestados até novembro. As conclusões foram divulgadas justamente quando os números de contaminações no Reino Unido caem.
Donaldson, no entanto, defendeu as medidas de saúde adotadas e recomendou à população que se vacine, especialmente se integrar um grupo de risco --doentes, grávidas ou crianças com menos de 5 anos. Até agora, só 2,3 milhões dos 9 milhões de britânicos em grupos de risco foram se vacinar. No começo da semana, os americanos do CDC (Centro de Controle de Doenças, na sigla em inglês) tinham afirmado que a gripe suína poderá se tornar a mais fraca pandemia registrada, com uma taxa de óbitos inferior à da gripe comum.