As máfias italianas, principalmente a Cosa Nostra [da Sicília] e a 'Ndrangheta [da Calábria], reprimem seus integrantes gays, é o que revela um estudo apresentado hoje no seminário "Homossexualidade, Homofobia e Psicoterapia".
O evento tem o objetivo de discutir os danos psíquicos causados pela convicção errônea de que a homossexualidade é uma doença.
Girolamo Lo Verso, da Universidade de Parlemo, que realizou a análise junto com Cecilia Giordano, docente da Faculdade de Ciência da Formação, afirmou:
- Sobretudo na Sicília, permanece a ideia de que, nos gays, há algo para ser curado. Mas, na realidade, tudo nasce da homofobia, radicada também na cultura mafiosa.
Lo Verso ainda disse que entre os membros da 'Ndrangheta a homofobia impressiona:
- A repressão a comportamentos gays ainda é muito forte. Na cadeia, por exemplo, os malvistos têm de tomar banho de roupa e se trocar atrás de armários.
A tese foi confirmada pelo procurador-adjunto de Palermo, Antonio Ingroia, que relatou, em entrevista, a presença da homossexualidade na Cosa Nostra:
- Não se trata do 'boss' [líder, ndr.], mas de expoentes de nível médio.
Ingroia ratificou que a homossexualidade entre os mafiosos é vista com certo receio.
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