Os lucros recordes das estatais federais têm contribuído, em parte, para financiar a expansão dos gastos públicos neste ano eleitoral. No final deste mês, o Tesouro Nacional contabilizará R$ 8,4 bilhões em repasses de dividendos das estatais. Esse valor já supera em 75% o volume registrado em todo o ano passado -R$ 4,8 bilhões. De acordo com a Folha de S.Paulo, o montante corresponde a quase 40% do déficit da Previdência até julho, que foi de R$ 22,4 bilhões. Assim, sem o repasse das estatais, o superávit do governo central (que inclui o Banco Central) poderia ser menor que os R$ 41,4 bilhões registrados. Somente neste mês, o Tesouro contará com um ganho extra de quase R$ 2 bilhões, sendo R$ 1,1 bilhão do Banco do Brasil (BB) e mais R$ 787 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A principal fonte dessas receitas adicionais do governo federal são provenientes das instituições financeiras, que incluem, além do BB e BNDES, a Caixa Econômica, o Banco da Amazônia (Basa) e o Banco do Nordeste (BNB). Juntos, BB, BNDES e Caixa Econômica Federal já depositaram na conta do Tesouro R$ 3,464 bilhões até o mês passado. O governo esperava inicialmente um repasse de R$ 4,956 bilhões durante todo o ano, incluindo os ganhos previstos para instituições financeiras e empresas não-financeiras, como Petrobras, Eletrobrás e Instituto de Resseguros do Brasil (IRB). O valor foi estimado no Orçamento deste ano. Entre as estatais federais não-financeiras, o maior destaque é a Petrobras, que, neste ano, já repassou para o Tesouro dividendos de R$ 2,341 bilhões.