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POLÍTICOS

'Esquema de cafetinas' é alvo de investigação sobre exploração sexual

14 novembro 2015 - 13h18

Ao investigar um suposto esquema de exploração sexual que envolve políticos de Campo Grande, a polícia chegou a três mulheres que possivelmente agenciavam os encontros com adolescentes. Apenas uma delas, uma suspeita de 41 anos, foi presa temporariamente pelo Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco). Segundo a Polícia Civil, mãe, filha e uma terceira pessoa atuavam como cafetinas e marcavam os encontros apenas por telefone celular.

"Anterior a esta investigação, nós já tínhamos uma denúncia, pelo disque 100, contra estas três mulheres e as evidências ficaram ainda mais fortes quando realizamos buscas sobre este caso. Elas residem no bairro Moreninhas e lá nossa intenção era primeiro descobrir se existiam mais pessoas envolvidas e quem eram os clientes", afirmou ao G1 nesta sexta-feira (13), o delegado Paulo Sérgio Lauretto, titular da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e o Adolescente (Depca).

Conforme o delegado, a linha de investigação da Polícia Civil estava sendo realizada de forma diferente do Gaeco. "Após a denúncia do Fabiano Otero, nós instauramos o inquérito e estamos realizando diligências. Porém, nesse meio tempo, o Gaeco pediu a prisão temporária da mulher de 41 anos e isso esvaziou a nossa investigação. Este fato ocorreu no final do mês de setembro e no início de outubro nós pedimos o arquivamento do inquérito", explicou Lauretto.

Por parte do Gaeco, o inquérito policial corre em segredo de Justiça. A informação divulgada é apenas que a delação premiada foi pedida por Fabiano Otero.

Em depoimento, ele colaborou com as investigações e foi a pessoa quem apontou o possível envolvimento de cafetinas neste esquema. Fabiano ainda foi indiciado por corrupção de menores, extorsão e exploração sexual de adolescentes.

###Audiência
Em julho deste ano, durante a 1ª audiência do caso de exploração sexual envolvendo políticos do Estado, seis testemunhas prestaram depoimentos. Na ocasião, os ex-vereadores Alceu Bueno, Robson Martins e o ex-deputado estadual Sérgio Assis acompanharam a sessão, mas não prestaram depoimento. O advogado de Alceu Bueno deixou o fórum sem falar com a imprensa. A defesa de Sérgio Assis não atendeu às ligações.

O promotor Fernando Martins Zaupa, da 69ª Promotoria de Justiça, disse que todas as testemunhas confirmaram o esquema de exploração. Mas ele não deu detalhes sobre a audiência, já que o processo corre em segredo de justiça. Segundo o advogado de Martins, José Roberto Rosa, nenhuma novidade sobre o caso foi apresentada. “Não vieram fatos novos”, ressaltou. A defesa disse que uma nova audiência será marcada, já que parte das testemunhas convocadas não compareceu.

Zaupa relatou que as jovens foram coagidas a participar do esquema, com vantagens sendo oferecidas. “Já temos provas satisfatórias”, pontuou. Outros fatos relacionados sobre o caso estão sendo analisados.

###Esquema
Locais públicos de Campo Grande eram usados como pontos de encontros entre adolescentes e políticos, suspeitos de exploração sexual, conforme a polícia. As meninas gravavam os encontros em câmeras escondidas em chaveiros. Pelos relatos de Fabiano Otero, um dos chefes do esquema, foi verificado que elas cobravam cerca de R$ 600 por encontro.

O advogado do Fabiano Otero disse que não irá se pronunciar porque o processo está em segredo de justiça. Já Martins foi preso em flagrante com o empresário Luciano Pageu no dia 16 de abril quando entregavam dinheiro a Bueno. Otero foi preso na casa da mãe no dia 26 do mesmo mês. A defesa de Luciano Pageu alega que o cliente não teve participação no crime de exploração sexual.

Bueno renunciou ao mandato de vereador em 26 de abril. No dia 28 de maio, o Tribunal de Justiça (TJ-MS) concedeu liberdade provisória para Robson Martins, que solto na noite do mesmo dia. Ele estava preso no Centro de Triagem Anísio Lima, em Campo Grande.

Em 4 de maio, a Justiça aceitou a exploração sexual. Os dois ex-vereadores e o ex-deputado estadual são réus. O processo corre em segredo de justiça, desde o dia 30 de abril, para preservar as adolescentes envolvidas, conforme os termos do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

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