Os chefes das escuderias de Fórmula 1 ameaçam não correr na Europa se não forem isentos do mandado de prisão que os países da Comunidade Européia poderão usar contra eles caso um piloto morra na pista.Uma fonte da Federação Internacional de Automobilismo (FIA) disse nesta segunda-feira que uma carta foi enviada para os presidentes dos comitês esportivos dos governos dos países da Europa que sediam corridas da Fórmula 1. Ela pede ação imediata na Bélgica, Inglaterra e Espanha, onde os mandados de prisão já estão implementados. Uma cópia do documento, enviado pelo presidente da FIA, Max Mosley, e vista pela Reuters, diz que as equipes expressaram muita preocupação em um encontro ocorrido na última sexta-feira em Londres após o encontro Ordem de Prisão Européia. Eles alertaram que estão preparados apenas para correr em países onde os governos dão uma garantia legal obrigatória para não se usar o procedimento no caso de incidentes nas corridas de Fórmula 1. Os mandados de prisão, introduzidos em janeiro, substituem um acordo nacional de extradição entre países da Comunidade Européia por um procedimento mais rápido. A última morte registrada em corridas de Fórmula 1 foi a do brasileiro Ayrton Senna, que morreu em 1994 no circuito de Ímola durante o Grande Prêmio de San Marino. O diretor-técnico da Williams, Patrick Head, e o projetista Adrian Newey, atual diretor-técnico da McLaren, foram informados no ano passado que precisam encarar uma nova audiência na corte de apelação por causa do acidente de Senna. Os dois foram absolvidos de homicídio culposo após julgamento em Bologna, em 1997. A sentença foi mantida após apelação em 1999. Os chefes têm alertado repetidamente que suas equipes podem não correr na Itália, país que sedia duas provas do calendário, se correr risco de condenação pela lei italiana para acidentes em corridas. Oito países da Comunidade Européia implementaram o mandado de prisão: Bélgica, Dinamarca, Irlanda, Finlândia, Espanha, Suécia, Portugal e Grã-Bretanha. Os sete países remanescentes da Comunidade, incluindo Alemanha, França e Itália, que sediam provas da Fórmula 1, vão implementar a medida em março.