quinta, 23 de janeiro de 2025
Dourados
24ºC
Acompanhe-nos
(67) 99257-3397

'Escreve?', por Renata Boeira

09 fevereiro 2010 - 14h28

Sempre me apaixono pelo mistério das pessoas, e quando isso passa, da mesma forma que veio, a euforia cala. Procuro minuciosamente pessoas que tenham essa tempestade na pupila, que caminhem olhando pra dentro de si.
Nunca me chamou atenção aquele tipo padrão. Nunca me chamou atenção nada que seja convencional, prático, fácil, devotado, entregue e acomodado. Não sei você, mas aqui o que bate é constantemente alterado, não me agrada ter nas mãos. Pode chamar do que quiser, eu entendo como razão. É. Procuramos razões. A minha se resume em buscar mistérios e profundidade, o raso nunca me atraiu. É como aquilo de trair, se é pra trair por pouco, não o faça. Procuro traições pesadas, sem desculpas ou razões. Entende? A lógica nunca foi algo da minha natureza. Razão só vale à pena se for mais prazerosa que a loucura. E saiba que isso é algo bem difícil. Não traia, mas se o fizer, aproveite. Precisava te contar isso. Não seja isso que estou sendo agora, um novelo de seda, que provoca um ato de selvageria.
Sinceramente espero que não esteja lendo, mentira. Espero que esteja sim, que esteja sentindo curiosidade e no mínimo se pergunte, “tá, isso vai dar onde?”. Porque com você é assim. Onde?
O tempo todo o tempo todo o tempo... Todo.
Ontem fiquei buscando na minha memória judiada o jeito que olha. Pode chamar de paixão e tudo aquilo que dão nome por aí. Eu acredito que seja interesse, é! Seu subjetivo me interessa.
Isso que tem em você é meio raro, pra não dizer que isso tudo que caminha pra chegar ao seu olhar é extremamente intenso e rico.
Pode ser tristeza, perguntas, agonia, saudade, medo, auto-realização e todo o resto, mas pra mim é só um olhar que caminha pra chegar num olhar.
É do seu olhar que estou falando. Até eu, uma fanática por fugas, se rende e fica pedindo desculpas por não conseguir desviar. Entende?
Fotografei um olhar que nasce junto com o espreguiçar do dia e dorme na mesma cama que eu.
Costumo dizer que leio olhares, e o seu escreve tantas coisas distantes, irreais, intocáveis e deliciosamente provocantes, que eu sento e peço, por favor, escreve pra mim.
Já se apaixonou por pupila? Pois eu recomendo: apaixone-se.
Agora eu refaço a cena: Senta, reclama, sempre reclama, cita Lacan, sorri, finge interesse, boceja, joga minhas fraquezas no meu colo, silêncio. Sempre silêncio. Compara. E olha.
Já não sei do resto, porque nesse momento, nesse momento eu leio.
Tão prazeroso quanto escrever uma poesia e poder ler uma poesia num piscar de olhos.
É isso, você faz poesia com os olhos. Eu? Só leio.
E não esqueça: É um circulo vicioso que procura uma mesma situação.
Nada, além disso. 

poetisa*

Deixe seu Comentário

Leia Também

SEU BOLSO

Caixa paga hoje Bolsa Família a beneficiários com NIS de final 4

Confira dicas para economizar energia elétrica no período de férias
ECONOMIA

Confira dicas para economizar energia elétrica no período de férias

UFGD

Abertas inscrições para 15 cursos de mestrado e doutorado

Mega-Sena pode pagar prêmio de R$ 10 milhões nesta quinta
LOTERIA

Mega-Sena pode pagar prêmio de R$ 10 milhões nesta quinta

Operário perde para Luverdense e está fora da Copa Verde
FUTEBOL

Operário perde para Luverdense e está fora da Copa Verde

CAMPO GRANDE 

TJ/MS divulga os ganhadores do concurso do monumento de Fórum

DOURADOS 

Pais devem confirmar matrículas na Rede Municipal até hoje

FUTEBOL

Em jogo de duas viradas e 5 gols, Águia Negra vence o Naviraiense

RIO VERDE

Bêbado, homem é preso após ameaçar esposa com espingarda

TEMPO

Quinta-feira de sol com aumento de nebulosidade em Dourados

Mais Lidas

FURTO

Dono de transportadora de Dourados denuncia furto de carga de 34 toneladas de fertilizantes

BR-163

Radar flagra veículo trafegando a 200km/h em rodovia de MS

MAIS UMA VÍTIMA

Morador de Dourados tem prejuízo de quase R$ 15 mil após cair em golpe por mensagens

SP-613

Morador em Dourados é preso com quase 30 quilos de cocaína em rodovia de São Paulo