O Conselho Nacional de Trânsito está de olho nas empresas que se recusam a informar aos Detrans (Departamentos Estaduais de Trânsito) os nomes de motoristas que cometeram infrações ao volante. E assim deixam de perder pontos na carteira. Essa é uma nova resolução nacional.Em uma firma de entregas em Belo Horizonte, por exemplo, as multas de trânsito são pagas e depois descontadas do salário do motorista, mas o nome do infrator não é fornecido ao Detran. O Código Nacional de Trânsito determina a suspensão do direito de dirigir de quem atinge, no prazo de um ano, 20 pontos ou mais na carteira. O problema é que a lei não prevê punições para empresas que se recusam a fornecer o nome do funcionário que cometeu a infração. Com isso, muitos motoristas acabam ficando impunes. Agora, pela nova resolução do Conselho Nacional de Trânsito que será foi publicada hoje no Diário Oficial da União, se as empresas não identificarem o infrator num prazo de 15 dias, a multa será cobrada em dobro. Se mesmo assim o nome do motorista não for fornecido, a cada nova multa o valor cobrado ficará maior. Para a coordenadora de recursos de infrações do Detran de Belo Horizonte, Andréa Bravo, o objetivo é fazer com que as leis de trânsito sejam iguais para todos. Mas antes mesmo da resolução entrar em vigor, duas empresas já descobriram como reduzir o número de infrações. Uma delas tem programas de reciclagem das leis de trânsito e chega a dar prêmios em dinheiro para o bom motorista. No último ano, o número de multas caiu 80%. O motorista José Francisco Estevan nunca foi multado em nove anos na estrada. Virou instrutor dos colegas com uma lição simples.