Cerca de 200 lavradores do povoado de Clemente, a 15 quilômetros de Barra do Corda, a 425 quilômetros de São Luís, no interior do Maranhão, deverão ser assentados em uma área de 3 mil hectares na Fazenda Lagoa da Floresta, de propriedade da empresa siderúrgica Gusa Nordeste S.A. A fazenda foi ocupada em 2003 e possui 250 funcionários que trabalham no plantio de eucalipto e na produção de carvão vegetal. No primeiro semestre deste ano, a posse foi devolvida aos donos, mas a empresa decidiu doar 1/3 da propriedade para os lavradores da região, num acordo firmado entre o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e Gusa Nordeste e o Sindicato das Indústrias de Ferro do Maranhão (Sifema). ém do terreno, a empresa se comprometeu com os lavradores a construir um Centro Comunitário e uma escola e providenciar a estrada de acesso ao novo assentamento. Após a reunião, o superintendente do Incra, Raimundo Monteiro, informou que o órgão já está tomando as providências para formalizar o assentamento."Vamos providenciar a divisão das terras, a construção das casas e de poços artesianos", garantiu Monteiro. Enquanto isso, ainda segundo o superintendente do Incra, as famílias do povoado já podem começar a roçar na área doada. Monteiro ressaltou que o acordo marca o fim de um conflito agrário que tinha tudo para se estender. "É importante lembrar que a empresa já tinha conseguido legalmente a reintegração de posse de toda a sua propriedade, mas mesmo assim, para acabar com o conflito, decidiu doar 1/3 da Fazenda para os lavradores. Dessa forma, acredito que todos saíram vitoriosos", analisou Monteiro. As famílias assentadas no Povoado Clemente ainda serão cadastradas pelo Incra para participarem de programas de crédito bancário, como o Pornaf (Programa Nacional de Agricultura Familiar).