Os contratos futuros do petróleo operam em forte alta nesta sexta-feira, dia 03 de janeiro, chegando a quase US$ 70 dólares o barril nesta sexta-feira (3), depois que um ataque aéreo dos Estados Unidos em Bagdá matou um dos principais chefes militares do Irã, provocando preocupações sobre a escalada das tensões regionais e a interrupção do fornecimento de petróleo.
Uma hora após a divulgação da morte do general iraniano Qassem Soleimani por agências de notícias, os preços do petróleo no mercado internacional já tinham aumentado 4%, chegando a US$ 69,2 na abertura.
Por volta das 12h (horário de Brasília), o petróleo Brent subia 3,80%, a US$ 68,77 por barril. Já o petróleo dos Estados Unidos avançava 2,29%, a US$ 63,47 por barril, segundo a Bloomberg.
"Esperamos que confrontos de nível moderado a baixo durem pelo menos um mês e provavelmente fiquem limitados ao Iraque", disse Henry Rome, analista do Irã na Eurasia.
O Iraque, o segundo maior produtor da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), exporta cerca de 3,4 milhões de barris de petróleo bruto por dia.
Segundo Cailin Birch, uma economista da The Economist Intelligence Unit, os mercados temem, sobretudo, "um conflito mais amplo".
"A importância deriva menos da perda potencial dos abastecimentos de petróleo iraniano (...) do que do risco de que se possa deflagrar um conflito mais amplo que arraste Iraque, Arábia Saudita e outros", disse à AFP.
Os preços do petróleo dispararam em setembro, após os ataques contra duas instalações petroleiras da Arábia Saudita que reduziram brevemente à metade sua produção de cru. Trump responsabilizou o Irã por este ataque, assim como por outros contra alguns petroleiros que circulavam pelo Golfo.
"O mercado lembra muito bem o inesperado ataque com aviões não tripulados contra a Saudi Aramco [a petroleira saudita] no outono passado", afirmou Saltvedt.
O ataque em Bagdá
Um ataque aéreo no aeroporto de Bagdá matou o major-general Qassem Soleimani, arquiteto da crescente influência militar do Irã no Oriente Médio e um herói entre muitos iranianos e xiitas da região.
Os Estados Unidos confirmaram a autoria do bombardeio ao aeroporto de Bagdá, que matou Soleimani, Abu Mahdi al-Muhandis, chefe de milícia iraquiana apoiada pelos iranianos, e outras seis pessoas.
O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, disse que uma dura vingança aguarda os "criminosos" que mataram Soleimani.
A embaixada dos Estados Unidos em Bagdá pediu nesta sexta-feira a todos os cidadãos norte-americanos que deixem o Iraque imediatamente devido à escalada nas tensões.