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Mato Grosso do Sul tem 68 municípios com desenvolvimento moderado

03 dezembro 2012 - 17h30

Criado pelo Sistema FIRJAN (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro) para acompanhar a evolução socioeconômica dos 5.565 municípios brasileiros, o Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM) revelou em sua quinta edição, com dados de 2010, que o estado de Mato Grosso do Sul tem 68 de seus 78 municípios com desenvolvimento moderado. No estado, apenas duas cidades registraram alto grau de desenvolvimento: a capital Campo Grande e Dourados.

Com periodicidade anual, recorte municipal e abrangência nacional, o IFDM considera três áreas de desenvolvimento - Emprego & Renda, Educação e Saúde - e utiliza-se de estatísticas oficiais divulgadas pelos Ministérios do Trabalho, Educação e Saúde. Em 2012, os dados oficiais mais recentes disponíveis são de 2010, o que possibilitou uma análise detalhada das transformações sociais que marcaram o Brasil na primeira década dos anos 2000. O estudo começou em 2008, comparando os anos de 2005 e 2000, e permite determinar com precisão se a melhora ocorrida em determinado município foi decorrente de medidas políticas ou apenas reflexo da queda de outro município. O índice varia de 0 (mínimo) a 1 ponto (máximo) para classificar o nível de cada localidade em quatro categorias: baixo (de 0 a 0,4), regular (0,4001 a 0,6), moderado (de 0,6001 a 0,8) e alto (0,8001 a 1) desenvolvimento.

Cassilândia, Três Lagoas e Paranaíba: novos integrantes entre os 10 melhores desempenhos do estado

No ranking de 2010, a capital Campo Grande manteve a liderança no estado. No entanto, em relação a 2009, registrou leve variação negativa (-0,4%), principalmente em função da vertente Emprego & Renda, perdendo três posições no ranking das capitais brasileiras, ocupando a 8ª colocação em 2010. Entre os 10 maiores IFDMs sul-mato-grossenses, três foram de novos integrantes: Cassilândia, que cresceu 10,4% e subiu da 14ª para a 5ª posição; Três Lagoas, que avançou 10,5% e alcançou a 6ª posição, e Paranaíba, que, com variação de 12%, subiu 19 colocações e ocupou o 7° lugar. Todos os três municípios galgaram posições impulsionados por bons desempenhos na vertente Emprego & Renda. Cassilândia também foi influenciada pela melhora na área de Saúde.

Na outra ponta do ranking estadual, sete dos dez últimos colocados de 2009 permaneceram em 2010, apenas trocando posições: Paranhos (caiu da 69ª para 75ª colocação); Ribas do Rio Pardo (desceu da 70ª para 71ª); Miranda (caiu de 73º para 76° lugar), Porto Murtinho (subiu da 75ª para 74ª posição); Tacuru (caiu da 76ª para 77ª posição); Coronel Sapucaia (subiu da 78ª para 73ª colocação) e Japorã, que desceu uma posição e assumiu a última colocação. Dos três novos integrantes da parte inferior do ranking sul-mato-grossense, Amambai e Guia Lopes da Laguna foram impulsionados por quedas no IFDM Emprego & Renda. Já a queda de Anastácio foi direcionada pelo IFDM Saúde. Importante notar que apenas oito municípios do estado ainda não ultrapassaram a barreira dos 0,6 pontos, ou seja, apresentam desenvolvimento regular.

Em uma análise da década, entre 2000 e 2010, é importante destacar os municípios que mais avançaram em termos socioeconômicos. No topo da tabela, aparece Aparecida do Taboado, cidade que ganhou 39 colocações no ranking do estado em função de conquistas importantes em Emprego & Renda e Saúde.

Recuperação frente à crise econômica mundial

A média brasileira do IFDM atingiu 0,7899 pontos em 2010, um crescimento de 3,9% em relação a 2009, mantendo-se na faixa de classificação de desenvolvimento moderado. Os dados refletem não só a recuperação da economia brasileira frente à crise mundial de 2008 e 2009, mas também avanços nas áreas de Emprego & Renda e Educação.

A principal contribuição para a média brasileira partiu da vertente Emprego & Renda. O indicador manteve-se na faixa moderada, mas aumentou 8,6% em apenas um ano, passando de 0,7286 para 0,7914 pontos, como resultado da geração recorde de mais de dois milhões de empregos em 2010. Apesar do significativo crescimento, o IFDM Emprego & Renda avançou em pouco mais da metade (52,2%) das cidades brasileiras, onde foram gerados 75% dos empregos com carteira assinada em 2010, revelando que o mercado formal de trabalho brasileiro ainda é concentrado.

A categoria Educação manteve a tendência de evolução observada nos últimos anos e alcançou 0,7692 pontos, desenvolvimento moderado. A pontuação representou um avanço de 2,5% em comparação com o ano anterior, com crescimento em 81,5% dos municípios. Em particular, destacou-se a expansão no atendimento da educação infantil no Brasil, que em 2010 progrediu em mais de 80% das cidades. A quantidade de crianças em idade pré-escolar matriculadas no país subiu de 34,9% em 2009 para 40,1% no ano seguinte.

Na Saúde, o indicador ficou praticamente estável, mas manteve-se em patamar de alto desenvolvimento, atingindo 0,8091 pontos: crescimento de 0,9% em 2010, quando 64,8% dos municípios avançaram nessa área de desenvolvimento. Entre as variáveis de saúde básica acompanhadas pelo estudo, o destaque de 2010 ficou para o aumento do número de gestantes com sete ou mais consultas pré-natal, o que ocorreu em quase 70% do país. Ainda assim, apenas 5,3% dos municípios têm mais de 90% das gestantes fazendo pré-natal corretamente.

Nordeste foi a região que mais evoluiu na década: 97,8% das cidades apresentaram crescimento do IFDM

Os resultados do IFDM revelam a expressiva transformação socioeconômica pela qual passou o Brasil na última década. Dos 5.565 municípios brasileiros, 2.055 (36,9%) ascenderam à condição de desenvolvimento moderado a alto em dez anos.
No entanto, as análises regionais confirmam que as desigualdades regionais persistem. As regiões Sul e Sudeste predominam entre os 500 maiores IFDMs, com 91,2% de participação em 2010, enquanto Norte e Nordeste representam a maioria (96,4%) entre os 500 municípios com menores desempenhos.

Na última década a região Sul se consolidou como a mais desenvolvida do Brasil. Praticamente todos os municípios (96,6%, 1.119 cidades) evoluíram no período. Em 2010, 97,2% dos municípios (1.126) foram classificados com desenvolvimento de moderado a alto, enquanto esse percentual era de 55,1% (638 municípios) em 2000.

A região Sudeste se destacou na última década, quando 93,9% (1.464) de seus municípios registraram crescimento do IFDM. O Sudeste concentra as cidades mais desenvolvidas do país: 86 dos 100 maiores IFDMs são da região. No entanto, quando comparada ao Sul, revela-se mais desigual: 10,4% dos municípios estão abaixo de 0,6 pontos (de regular a baixo desenvolvimento), proporção três vezes superior ao Sul.

O estudo revela ainda que o Centro-Oeste se aproximou do patamar do Sudeste. Em 2010, 88,5% dos municípios da região registraram IFDM acima de 0,6 pontos, percentual muito próximo ao observado na região Sudeste (89,7%). Dos 465 municípios da região, 327 ascenderam à condição de desenvolvimento moderado a alto na última década. Em 2000, apenas 18,4% dos municípios do Centro-Oeste estavam nessa situação.

Em dez anos, o Nordeste foi a região brasileira que mais evoluiu: 97,8% (1.748 municípios) das cidades apresentaram crescimento do IFDM. Ainda assim, 67,6% (1.217) dos municípios ainda apresentam IFDM abaixo de 0,6 pontos, em nível de desenvolvimento baixo ou regular.

A região Norte destoou das demais regiões do país, não só pela baixa pontuação alcançada por seus municípios no IFDM, mas pela lenta evolução ao longo da década. A região tem a maior proporção de municípios classificados com desenvolvimento baixo ou regular (abaixo de 0,6 pontos): 77,7% (351 cidades). Além disso, 8% (38 municípios) regrediram e estão em situação pior do que a registrada em 2000. No Norte do país, apenas dois municípios possuem alto desenvolvimento: as capitais Palmas (TO) e Porto Velho (RO).

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