Inflação acelera em dezembro e fecha 2012 em 5,84%

Pressionada por alimentos e gastos pessoais como empregados domésticos, a inflação oficial fechou o ano passado acima das expectativas de mercado, mas ficou abaixo do nível registrado em 2011.

A variação do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) ficou em 5,84%, segundo dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quinta-feira (10).

A projeção do último boletim Focus do Banco Central, que reúne previsões do mercado, indicava um avanço de 5,71%. A meta estipulada pelo governo é de 4,5%, com margem de dois pontos para cima e para baixo. Em 2011, o índice havia sido de 6,5%.

Em dezembro, o IPCA foi de 0,79%, o maior para o mês desde 2004. Também ficou acima do registrado em outubro (0,60%), e em dezembro do ano passado, quando a alta foi de 0,5%.

Entre os maiores "vilões" da inflação do ano passado, o grupo de alimentos e bebidas subiu 9,86% e respondeu pela maior parcela do índice, com 39% (2,27 pontos percentuais) da taxa total.

A alta foi pressionada pelo consumo de alimentos fora de casa, em que os preços subiram 9,51%.

O maior impacto individual, contudo, foi o gasto com os empregados domésticos que aumentou 12,73% no ano e representou sozinho 0,45 ponto percentual do índice total.

De acordo com a coordenadora da pesquisa, Eulina Nunes dos Santos, os empregados domésticos estão cada vez mais escassos, o que pressiona a remuneração. "O crescimento da economia gerou novas oportunidades de trabalho e renda para esses profissionais, e eles reduziram enquanto a demanda aumentou", disse.

A elevação ajudou a puxar o grupo despesas pessoais, no qual está inserido, para a maior alta (10,17%) entre as categorias pesquisadas pelo IBGE. Na outra ponta, o grupo transportes teve o menor crescimento (0,48%)

A redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) foi a principal causa para a queda nas despesas desse grupo. O automóvel novo ficou 10,68% mais barato em 2012, segundo o IBGE. O etanol mais barato (-3,84%) também impactou negativamente nos custos dos combustíveis (etanol e gasolina).