O dólar comercial fechou em leve queda nesta quinta-feira, dia 23 de janeiro, com temores sobre o surto de coronavírus na China sendo compensados pela expectativa de fim do ciclo de cortes de juros pelo Banco Central após a divulgação da prévia da inflação de janeiro.
Logo na abertura, a moeda norte-americana avançou em relação ao real, acompanhando a retomada das preocupações com a disseminação do coronavírus na China. Ainda durante a manhã, chegou a operar em queda e passou a oscilar no início da tarde.
A moeda norte-americana terminou o dia em baixa de 0,23%, a R$ 4,1659. Veja mais cotações. No ano, a moeda acumula alta de 3,89%.
Na quarta, a moeda norte-americana caiu 0,71%, a R$ 4,1753, após atingir R$ 4,20.
Internamente, o mercado acompanhou a divulgação da prévia da inflação de janeiro, que é medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), do IBGE. O índice avançou 0,71% em janeiro, maior resultado para o mês desde 2016.
O resultado levantou as apostas sobre o fim do ciclo de corte de juros pelo Banco Central, reduzindo a pressão sobre o real.
Cleber Alessie Machado, operador da Commcor, citou uma leitura "por enquanto, um pouco mista". "O IPCA veio um pouco acima das expectativas, mas alguns grupos tiveram desaceleração, com destaque para a alimentação", disse à Reuters.
As atenções se voltam agora para a primeira decisão de política monetária do Banco Central, em 4 e 5 de fevereiro. A taxa básica de juros terminou 2019 em 4,5%, mas o BC indicou cautela em meio a uma retomada econômica com mais ímpeto.
Recentemente, a redução da Selic a mínimas históricas elevou o dólar a patamares recordes contra o real, com o diferencial de juros entre o Brasil e o mundo deixando o mercado doméstico menos atraente para investidores estrangeiros.