Todas as 19 usinas sucroenergéticas de Mato Grosso do Sul produzem bioeletricidade a partir da queima do bagaço de cana-de-açúcar. Em 2019, 13 dessas indústrias exportaram o excedente dessa energia cogerada para o Sistema Interligado Nacional (SIN), disponibilizando entre os meses de janeiro e outubro, 2.262 GWh, de acordo com a Associação dos Produtores de Bioenergia (Biosul).
Essa quantidade de energia foi equivalente a 39,08% do que Mato Grosso do Sul consumiu em 2018, que, segundo o Banco de Dados do Estado (BDE), chegou a 5.788 GWh. A bioeletricidade produzida a partir do bagaço de cana e oferecida ao SIN foi 13,83% maior do que a demanda do principal segmento consumidor do estado, o residencial, que neste ano utilizou 1.987 GWh.
De acordo com a Biosul, a quantidade de energia cogerada e disponibilizada ao sistema entre janeiro e outubro de 2019, na safra 2019/2020, foi 2,7% maior do que ao do mesmo período do ano anterior, que foi de 2.202 GWh.
Como as usinas cogeram
O bagaço é a biomassa que sobra do processamento da cana-de-açúcar pelas usinas para a produção de etanol e açúcar. É considerado uma fonte orgânica e renovável. O que antes era um resíduo do setor se transformou em um insumo para fabricação de um terceiro produto, que ganha cada vez mais espaço no segmento, a bioeletricidade.
Ela é produzida a partir da queima do bagaço em caldeiras. O processo gera calor, que passa por uma turbina se transforma em energia mecânica, depois vai para o gerador e vira energia elétrica. A eletricidade move os motores das usinas, que são autossuficientes, e o excedente é disponibilizado pela maioria das plantas do estado ao SIN.