O dólar comercial continuou sua trajetória de baixa nesta terça-feira (2), caindo fortemente pelo segundo pregão consecutivo em fevereiro. A moeda norte-americana teve desvalorização de 1,67% no dia, terminando cotada a R$ 1,83 para a venda.
Nos dois primeiros pregões de fevereiro, a moeda norte-americana já acumula baixa de 2,92%. Com o resultado do início deste mês, a valorização da moeda frente o real em 2010 foi reduzida a menos de 5%.
Profissionais de mercado avaliavam a baixa do dólar como um ajuste após a valorização vertiginosa nos últimos nove pregões de janeiro, que havia sido estimulada por um aumento da aversão a risco no exterior. O dólar subiu mais de 8% no mês passado, negociada a R$ 1,885.
Avaliação
Com a mudança de direcionamento, o banco de investimento Goldman Sachs recomendou na tarde de segunda-feira (1º) um posicionamento com alvo do câmbio brasileiro a R$ 1,75, apontando que a moeda brasileira foi uma das que mais sofreu no final de janeiro.
"Com os números sólidos da economia norte-americana na semana passada e os dados sobre a indústria na segunda-feira, a expectativa de crescimento que está precificada pelos ativos provavelmente está agora muito pessimista", aponta o comunicado.
De olho no exterior
A fragilidade da conta corrente do país no começo do ano (devida, entre outros motivos, ao aumento das importações) e a incerteza sobre a atuação do governo na compra de dólares por meio do Fundo Soberano ainda pesam contra a definição de uma tendência mais duradoura de queda do dólar.
O mercado segue atento aos desdobramentos do mercado internacional, que recebe ao longo da semana dados importantes sobre a economia dos Estados Unidos, como o número de postos de trabalho criados em janeiro, na sexta-feira.
Para José Carlos Amado, operador da corretora Renascença, parte do mercado está apenas devolvendo parte da alta do dólar, para poder "comprar mais barato". O câmbio "ainda está sensível", segundo ele, e pode fazer "um novo ajuste" de alta caso o cenário internacional volte a piorar.
A visão é parecida à do banco francês BNP Paribas, que afirma em relatório ter "realizado lucros" e reitera sua posição comprada em dólares, com alvo em R$ 1,90.