Desidratação e esforço físico causaram a morte do cabo Diego Augusto de Lima Leite e do soldado Antônio José dos Santos Neto, ambos de 21 anos, ocorrida em novembro do ano passado, durante um treinamento no Pantanal, na região do Rabicho, na base do 6º Distrito Naval de Ladário.
O laudo necroscópico aponta como causa da morte: “Insuficiência cardiorrespiratória aguda em consequência de coagulação intravascular disseminada em decorrência de intermação associada ao esforço físico e desidratação.
Intermação é uma causa de hipertermia decorrente da dificuldade do corpo em se resfriar adequadamente num ambiente com calor excessivo. É uma emergência clínica com alto risco de morte. O diagnóstico e, consequentemente, o início do tratamento precoces podem melhorar o prognóstico.
O advogado do cabo, Luiz Fernando Toledo Jorge, recebeu ontem o resultado do exame, que era mantido em sigilo pelo Exército e pela Polícia Civil, que investigou o caso.
Ele afirma que já analisa a possibilidade de ingressar com ações de danos morais e materiais contra a União.
“O militar estava a serviço do Exército, em treinamento em condições inadequadas quando veio a falecer”, argumenta o advogado.
Jorge esclarece que ação por danos materiais refere-se ao fato de que o cabo ajudava no sustento da família.
Os militares morreram no dia 26 de novembro de 2009, durante treinamento realizado pelo Exército de Corumbá. Os dois serviam no 17º Batalhão de Fronteira.
Eles tiveram uma parada cardíaca e foram atendidos por equipes médicas do Exército. O cabo, que apresentava quadro mais grave, foi transferido de helicóptero para o hospital. Os dois morreram, apesar das tentativas de reanimação da equipe médica.
Outros dois militares, os soldados Victor Hugo Serrudo de Cabrera e Izan Eduardo da Silva Filho também se sentiram mal no mesmo treinamento e chegaram a ser internados, mas, se recuperaram.
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