Cientistas britânicos informaram hojem terem descoberto que as células que causam câncer de boca se desenvolvem em dois cursos distintos, "mortal" e "imortal", um critério que pode ajudar a conter a doença em seu estágio inicial.Cientistas do Centro de Pesquisas de Câncer do Reino Unido descobriram que as células podem ser "mortais", morrendo naturalmente, ou "imortais", espalhando-se continuamente. Eles acreditam que a identificação precoce da mortalidade das células pode revelar o nível de agressividade da doença e, portanto, ajudar os médicos a determinar o tratamento apropriado. Antes, acreditava-se que todos os tipos de câncer de boca se desenvolviam ao longo de um único curso degenerativo.Amostras foram recolhidas das bocas de 19 pessoas com lesões pré-cancerosas (feridas bucais), 16 com câncer de boca e quatro sadias para analisar as células e estudar os cursos de desenvolvimento individual.Os especialistas descobriram que as células mortais exaurem-se enquanto o tumor se expande, e portanto respondem melhor ao tratamento. As células imortais continuam se dividindo, demonstrando uma resistência maior ao tratamento e uma tendência à recorrência."Os dados que coletamos fornecem pela primeira vez uma forte evidência de que alguns tumores cancerosos são mais agressivos do que outros e, portanto, ligados a uma menor probabilidade de sobrevivência do paciente", disse o cientista Paul Harrison, que chefiou o trabalho do centro.Falhas tanto no gene p53, que normalmente evita que células danificadas se dividam, quanto no p16, que controla o processo de regulação celular, determinam o grau de mortalidade das células e, conseqüentemente, a agressividade do tumor maligno. O consumo excessivo de tabaco e bebidas alcoólicas contribui para o desenvolvimento das duas versões da doença.Os casos de câncer de boca aumentaram em um quarto no Reino Unido nos últimos dez anos. A cada ano, 4.400 pessoas são diagnosticadas com a doença e 1.600 pessoas morrem, segundo o centro de pesquisas.